O Boletim Focus, que traz as previsões econômicas do Banco Central, revelou que as expectativas de inflação para 2025 sofreram uma redução significativa. Economistas consultados revisaram a estimativa para o IPCA, agora fixada em 4,95% ao ano, o que marca a primeira vez desde janeiro que a projeção se coloca abaixo dos 5%. Apesar dessa leve melhora, o índice ainda supera o limite da meta estabelecida pelo Banco Central, que fixou um valor de 3% ao ano, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual.
A revisão acompanha dados do IBGE sobre a inflação em julho, que subiu apenas 0,26%, abaixo da expectativa de 0,36%. Essa foi a menor alta para o mês desde o início do ano, com analistas observando que os preços de alimentos e bens industriais ficaram aquém das previsões. Além disso, o impacto do aumento de 50% nas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros está influenciando a economia, ajudando a conter a inflação interna.
As demais projeções contidas no boletim reafirmam um cenário cauteloso, com a inflação prevista para 2026 ajustada de 4,41% para 4,40%, enquanto para 2027 e 2028, as expectativas se mantêm em 4% e 3,8%, respectivamente. No que diz respeito ao crescimento econômico, o PIB de 2025 permanece na previsão de 2,21%, e a taxa básica de juros, a Selic, deve se estabilizar em 15% ao ano.
O contexto é desafiador: desde janeiro, o Brasil implementou um regime de meta contínua de inflação, exigindo que o índice acumulado em 12 meses permaneça entre 1,5% e 4,5%. O não cumprimento por seis meses consecutivos obriga o presidente do Banco Central a justificar a situação ao ministro da Fazenda. Em junho, essa explicação já foi exigida, com o presidente Gabriel Galípolo citando fatores como câmbio, energia elétrica e atividade econômica aquecida como causas para a inflação acima da meta.
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