Na última terça-feira, 19 de setembro, um tribunal de Bogotá tomou uma decisão surpreendente: ordenou a libertação imediata do ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, enquanto avalia seu recurso contra a condenação a 12 anos de prisão domiciliar por suborno e fraude processual. Desde 1º de agosto, Uribe se encontrava restrito em sua residência em Rionegro, a aproximadamente 30 km de Medellín, sua cidade natal.
Uribe, que governou o país de 2002 a 2010, é o primeiro ex-mandatário colombiano a ser criminalmente condenado e se diz alvo de um julgamento politizado, supostamente influenciado pela atual esquerda no poder. O tribunal considerou que os argumentos apresentados pela juíza de primeira instância para justificar sua prisão foram “vagos e imprecisos”, sem demonstrar riscos de fuga ou qualquer ameaça à sociedade.
A decisão do Tribunal Superior de Bogotá foi recebida com polarização. Enquanto Uribe e seus apoiadores celebram a decisão como justiça, muitos críticos veem na condenação um reflexo das controvérsias que cercam a figura de Uribe. Em 2012, o ex-presidente acusou o senador Iván Cepeda, da esquerda, de um suposto complô para ligá-lo a grupos paramilitares. O que se seguiu foi um enredo complexo: em 2018, Uribe acabou sendo investigado por manipulação de testemunhas, mudando completamente o cenário do que parecia ser uma simples disputa política.
Sob seu governo, Uribe promoveu uma política de linha dura que, embora tenha aperfeiçoado a segurança no país, foi marcada por graves violações, com milhares de assassinatos perpetrados pelas forças militares na batalha contra a guerrilha. Estima-se que 40% das 8 milhões de vítimas do conflito armado tenham sofrido durante sua gestão. Ao anunciar a condenação, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, acusou o Judiciário colombiano de ser utilizado por “juízes radicais”. Por sua vez, Uribe organizou manifestações em apoio à sua inocência, enquanto figuras como o senador americano Bernie Moreno expressavam que a decisão era uma vitória para sua família e para a nação.
O tribunal tem até 16 de outubro para confirmar a condenação ou absolver Uribe. Caso contrário, o processo poderá ser arquivado, deixando um legado controverso na história política da Colômbia.
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