21 agosto, 2025
quinta-feira, 21 agosto, 2025

Campanha alerta para falhas na prescrição de antibióticos em hospitais

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Logo Agência Brasil Uma pesquisa recente envolvendo mais de 100 hospitais brasileiros revelou um alarmante dado: um em cada cinco não realiza o ajuste adequado na dosagem de antibióticos. Lançada pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a pesquisa destaca a campanha “Será que precisa? Evitando a resistência antimicrobiana por antibióticos e antifúngicos”, com o objetivo de sensibilizar a população e os profissionais de saúde sobre a crítica questão do uso inadequado desses medicamentos.

Conduzido pelo Instituto Qualisa de Gestão (IQG) em diversas unidades de saúde, tanto públicas quanto privadas, o estudo enfatiza a urgência de evitar a prescrição excessiva ou ineficaz dos antibióticos, promovendo assim o combate ao aumento de infecções causadas por bactérias resistentes.

A pesquisa revelou que 87,7% dos hospitais ainda fazem uso empírico de antibióticos, onde os médicos prescrevem com base em tentativa e erro. Essa prática não só aumenta o risco de infecções hospitalares, mas também contribui para o crescimento da resistência microbiana, além de impactar negativamente o meio ambiente.

Mara Machado, presidente do IQG, destacou a necessidade de políticas públicas eficazes para combater a utilização indiscriminada desses medicamentos. “É imperativo que enfrentemos essa realidade, pois a resistência antimicrobiana provoca o controle inadequado de infecções”, afirmou.

No Brasil, a previsão é que 48 mil pessoas morram anualmente devido a infecções resistentes, totalizando mais de 1,2 milhão de óbitos até 2050. A resistência antimicrobiana já foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma crise silenciosa, com o potencial de superar as mortes causadas pelo câncer. Infecções comuns, que vão desde as urinárias até pneumonias, estão se tornando cada vez mais difíceis de tratar.

“Todos os hospitais avaliados não têm protocolos de descarte ou análise de efluentes”, acrescentou uma pesquisadora, ressaltando que isso eleva a situação a um problema ambiental grave.

Ana Gales, infectologista e coordenadora do Comitê de Resistência Antimicrobiana da SBI, reiterou a importância de evitar o uso empírico sem fundamentação. “A resistência aos antibióticos contribui para mortes em UTIs e representa riscos desnecessários que podem ser evitados com maior rigor no controle de infecções hospitalares”, explicou.

Anis Ghattás, presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado de São Paulo (AHOSP), reafirmou que os hospitais têm um papel crucial nesse desafio. “Estamos dedicados à implementação de protocolos rigorosos e à capacitação das equipes para garantir o uso racional dos antimicrobianos. Nosso objetivo é promover uma resposta coletiva efetiva”, concluiu.

A luta contra a resistência antimicrobiana é uma responsabilidade de todos. Sua opinião é importante! Compartilhe conosco: como você acha que podemos melhorar a prescrição de antibióticos nos hospitais?

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