21 agosto, 2025
quinta-feira, 21 agosto, 2025

Especialistas alertam para a falta de informação sobre a leishmaniose

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Em um cenário alarmante, a leishmaniose, uma doença zoonótica que atinge tanto humanos quanto animais, se torna o foco central do 1º Fórum Transacional de Zoonoses – Direito ao Tratamento. O evento, que ocorre hoje no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, no Rio de Janeiro, é uma iniciativa que busca conscientizar a população sobre os riscos dessa condição e seus impactos na saúde pública. Organizado pela ABRAESCA, em colaboração com o CRMV-RJ, o fórum faz parte da campanha Agosto Verde, dedicada a aumentar a conscientização sobre a doença.

Informações da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro revelam que no último ano, 386 casos de leishmaniose foram registrados em cães, com 80 novas notificações apenas até março de 2025. Os bairros mais afetados incluem Benfica e Engenho Novo, refletindo a urgência de um olhar mais atento sobre a questão. Além disso, a ABRAESCA confirmou 52 casos de leishmaniose em humanos entre 2012 e 2025, com 21 ocorrências autóctones, ou seja, transmitidas localmente.

A presidente da ABRAESCA, Tifanny Barbara Cotta Pinheiro Pires, destaca uma preocupação séria: a subnotificação dos casos. O medo dos tutores em relatar a doença em seus animais leva à eutanásia de muitos pets desnecessariamente.

“A leishmaniose é uma zoonose que atinge mamíferos e existe um grande desconhecimento sobre a doença, resultando em uma baixa notificação. Isso é preocupante, pois a doença está crescendo, não só em cães e gatos, mas também em espécies silvestres como preguiças e gambás”, afirmou Tifanny em entrevista à Agência Brasil.

Para a veterinária, a falta de informação provoca um ciclo vicioso, onde os tutores evitam falar sobre a condição do animal por medo de represálias, como a eutanásia. “Existem hoje coleiras repelentes que podem proteger os animais do mosquito transmissor. Além disso, o tratamento é viável e pode garantir que o animal não transmita a doença”, comenta ela, ressaltando a importância da conscientização.

“Animais tratados podem viver normalmente, sem carga parasitária e sem a necessidade de eutanásia. Um exemplo é Florianópolis, onde o tratamento é disponibilizado gratuitamente aos cães”, destaca.

O fórum contará com a presença de representantes da Anvisa, Ivisa-RJ e diversas entidades de saúde, focando nos melhores caminhos para enfrentar a leishmaniose de maneira ética e inclusiva. Serão discutidos protocolos terapêuticos, práticas de prevenção e os desafios no diagnóstico da doença, que se torna cada vez mais urgente com os dados alarmantes apresentados.

Fatores como a presença do vetor Lutzomyia longipalpis e a urbanização do ciclo de transmissão contribuem para a proliferação da leishmaniose. A falta de dados sobre a população de cães e gatos, somada às vulnerabilidades socioeconômicas e ambientais, complica ainda mais o cenário.

Para Tifanny, este é um momento crucial para valorizar a ciência e a saúde única, onde humanos, animais e meio ambiente são interdependentes. “Cuidar apenas de nós não é o suficiente. É preciso investir em políticas públicas que ajudem não só na saúde, mas na convivência harmoniosa com o meio ambiente e os seres que nele habitam”, conclui.

Convidamos você a participar desse importante debate. Compartilhe suas ideias e preocupações sobre a leishmaniose nos comentários e ajude a espalhar a conscientização sobre essa doença que afeta todos nós.

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