24 agosto, 2025
domingo, 24 agosto, 2025

“Hoje não daria autorização para a Tronox se instalar naquele lugar”

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Conclusão da perícia sugere que Tronox falhou no controle de metais pesados no lençol freáticos

Na nova era à frente do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), Eduardo Topázio, um veterano com 34 anos de experiência no setor ambiental, entende como poucos os desafios que o aguardam. Recém-empossado como diretor-geral, sua trajetória inclui a supervisão direta das fiscalizações que visam proteger os recursos naturais da Bahia.

Topázio é indiscutivelmente realista acerca dos desafios ambientais que a região enfrenta. Ele salienta a necessidade de um equilíbrio entre sustentabilidade e desenvolvimento econômico, lembrando que a água, essencial à vida, deve ser tratada como um bem público. “A gente tem que entender que o coletivo está em primeiro lugar”, afirma, destacando a urgência da regulação no uso da água e a responsabilidade na preservação de mananciais.

Recentemente, o Ministério Público (MP) apontou irregularidades na Central de Efluentes Líquidos (Cetrel) e na metalúrgica Paranapanema, que lançaram efluentes não tratados no Rio Capivara Pequeno. Topázio, embora não conheça todos os detalhes da denúncia, reforça a importância da fiscalização e revela que a melhoria dos processos na Cetrel já está em andamento. “O pólo não pode parar”, enfatiza ele, referindo-se ao delicado equilíbrio entre a indústria e suas responsabilidades ambientais.

A conversa sobre a Tronox, uma indústria química na costa Norte da Bahia, revela sua visão crítica. Topázio admite que, se estivesse na posição de decisão hoje, não autorizaria a instalação da empresa naquela área, reconhecendo seu valor ambiental e cênico. “O ideal é que ela fosse para o pólo petroquímico”, sugere, buscando um meio-termo que preserve a natureza e, ao mesmo tempo, reconheça a importância econômica da indústria.

Eduardo Topázio não descarta a necessidade de ajustes operacionais na Tronox, ao invés de ações drásticas. Ele argumenta que a empresa já não pratica as mesmas irresponsabilidades do passado, embora herde problemas antigos. “A contaminação foi interrompida, mas o acúmulo de metais pesados no lençol freático demandará tempo para ser resolvido”, destaca, enfatizando que uma interdição não é a solução para os passivos ambientais. Em sua visão, a extinção da empresa criaria mais problemas do que resolveria, eliminando empregos e benefícios sociais.

A recente perícia do MP revela que as barreiras hidráulicas da Tronox não estão funcionando como deveriam, mas isso não muda a determinação de Topázio em buscar soluções construtivas. Mais do que nunca, sua liderança será testada na busca de um futuro sustentável, onde desenvolvimento econômico e proteção ambiental caminhem lado a lado.

O que você pensa sobre a atuação da Tronox e as responsabilidades ambientais das indústrias? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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