Em um discurso contundente, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, deixou claro no último domingo que os Estados Unidos buscam uma nação iraniana “obediente”, disposta a aceitar suas condições. Em um evento em Teerã, Khamenei enfatizou que, com sua rica história e dignidade, o Irã jamais se submeterá a essa imposição. “Este atual governante dos EUA revelou sua verdadeira intenção: quer que o Irã obedeça”, afirmou, referindo-se ao presidente Donald Trump.
Khamenei não hesitou em descartar a ideia de negociações diretas com Washington, normalmente defendidas por setores reformistas dentro do Irã. “Aqueles que questionam por que não negociamos diretamente só veem a superfície. A hostilidade dos EUA contra nós é profunda e as questões não são simples”, argumentou, reforçando que a realização de um acordo não cancelaria as tensões históricas entre os países.
Em meio a um contexto de crescente pressão interna por mudanças na política externa, Khamenei rechaçou a sugestão de aceitar exigências ocidentais em troca do alívio das sanções que afligem a economia iraniana. Ele ressaltou que a resistência do povo iraniano e a unidade das forças armadas mostraram a Israel e aos EUA que não é viável “dobrar a nação iraniana”, mesmo com conflitos armados.
Essas declarações surgem em um momento em que a Frente de Reformas e outros líderes locais clamam por uma revisão da abordagem do país em relação ao Ocidente, especialmente em relação ao programa nuclear. O Irã, sigiloso sobre suas intenções, reafirma seu direito de enriquecer urânio para fins pacíficos, conforme prevê o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP). A resposta de Washington a este embate incluiu ataques a instalações nucleares, um ato que Teerã considera uma traição ao diálogo diplomático.
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