25 agosto, 2025
segunda-feira, 25 agosto, 2025

Em meio a cooptação do tráfico, prisões de indígenas disparam no AM

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Nos vastos e exuberantes cenários da Amazônia, um problema alarmante vem se alastrando: a coação do crime organizado que seduz povos indígenas para a prática do tráfico de drogas. Entre 2018 e 2023, o número de prisões dessa população no Amazonas disparou, aumentando de 24 para 105, de acordo com dados do Tribunal de Justiça amazonense (TJAM).

A situação é ainda mais crítica ao se analisar o perfil dos detidos: de 204 indígenas envolvidos com o sistema judiciário estadual, 98 (cerca de 47,8%) relataram problemas com álcool e drogas, evidenciando um ciclo vicioso de dependência e criminalidade.

O Vale do Javari abriga mais de 60 comunidades indígenas, enquanto a região do Alto Solimões compreende cerca de 250 comunidades em uma extensão de 96 mil quilômetros quadrados, o que equivale ao tamanho de Portugal. Nesse vasto território, relatos de indígenas sendo capturados e escravizados por cultivadores de coca atravessam a fronteira com o Peru, revelando uma rede complexa e cruel de aliciamento e exploração.

A cocaína traficada pelo Rio Solimões, frequentemente proveniente do Peru, utiliza indígenas e ribeirinhos como mensageiros do crime, obrigados a transportar drogas em embarcações precárias ou em longas jornadas pela densa floresta. Relatórios de inteligência indagam sobre a gravidade da situação na região de Tabatinga, onde a criação de celas especiais para indígenas é uma triste realidade.

Além de se tornarem alvos do tráfico, muitos indígenas são necessários em atividades como desmatamento ilegal, pesca clandestina e garimpo, ampliando o impacto devastador do narcotráfico sobre suas comunidades. O governo também reconhece a urgência do problema. A Secretária Nacional de Políticas sobre Drogas, Marta Machado, alertou sobre o aliciamento de indígenas para transportar drogas, ressaltando que muitos são remunerados com pasta base de cocaína, que acaba contaminando suas próprias comunidades.

Os desafios não param por aí; ao serem encarcerados, os direitos dos indígenas muitas vezes não são respeitados. A falta de intérpretes e a inadequação de alimentação conforme suas tradições culturais são recorrentes. Percebe-se que, mesmo entre aqueles que falam português, a compreensão total dos processos legais é muitas vezes comprometida. A região de Tabatinga se destaca como uma prioridade para iniciativas de desenvolvimento sustentável e políticas de prevenção.

Compreender essa realidade é fundamental para implementar medidas efetivas e sustentáveis para o resgate da dignidade e dos direitos dos povos indígenas afetados. A transformação começa aqui, e sua voz é crucial. O que você pensa sobre a situação dos povos indígenas na Amazônia? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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