
Quando se fala em liberdade financeira, muitos consideram as contas digitais como a solução ideal. Andréa dos Santos, funcionária pública de 44 anos, acreditou nessa promessa ao escolher o Nubank como seu banco virtual. O que começou como uma tentativa de evitar as tarifas exorbitantes de um banco tradicional rapidamente se transformou em uma armadilha financeira.
Por mais de um ano, Andréa confiou no Nubank, transferindo sua renda mensal para a conta digital com a esperança de conseguir um limite maior e administrações claras. No início, tudo parecia perfeito; com seu salário, ela recebia um limite de R$ 400, que utilizava para cobrir algumas despesas. Porém, a oferta tentadora de um empréstimo de mil reais se tornou um pesadelo, levando sua dívida a quase R$ 2,5 mil.
A história de Andréa, infelizmente, não é única. Atendendo ao clamor de muitos usuários, o Ministério Público da Bahia decidiu investigar as práticas do Nubank. A promotora Joseane Suzart, que lidera a ação civil pública, expôs que a instituição tem contribuído para o superendividamento de consumidores, falhando em alertá-los sobre os riscos do crédito.
Crédito sem autorização e taxas abusivas
Além disso, foram revelados casos em que consumidores foram surpreendidos com dívidas que nunca solicitaram. “Alguns clientes não tinham nem ideia do crédito que foi disponibilizado em suas contas”, afirmou Suzart. A ação também aponta o uso de taxas exorbitantes, cobranças por compras contestadas e exigências de pagamento por parcelas já quitadas, infringindo o direito à informação e à proteção contra abusos.
A ausência de diálogo e alternativas
Outro ponto alarmante é a falta de opções para renegociar dívidas. O MP/BA ressaltou que, apesar de tentativas de acordo, o Nubank se mostrou relutante em dialogar, negando a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que poderia mitigar esses problemas.
Medidas imediatas são necessárias
Como resposta à gravidade das denúncias, o MP/BA solicitou medidas liminares que exigiriam do Nubank mudanças imediatas, incluindo:
- Transparência na concessão de crédito e avaliação da capacidade de pagamento;
- Proibição de práticas de assédio comercial;
- Facilidade no cancelamento de cartões;
- Opções claras para amortização e quitação de dívidas;
- Condições justas para renegociações;
- Aprimoramento do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC).
Essa situação serve de alerta para todos os consumidores que buscam liberdade financeira. Diante deste cenário, como você avalia a sua própria relação com instituições financeiras? Comente abaixo e compartilhe sua experiência.