
Em uma análise incisiva sobre a interferência dos Estados Unidos nas questões políticas e econômicas do Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a relevância das terras raras e minerais críticos brasileiros. Esses elementos são fundamentais na produção de itens tecnológicos, desde ímãs superpotentes até baterias de veículos elétricos, essencial na luta pela liderança na indústria do futuro.
Haddad enfatizou que a incursão americana na política brasileira está ligada à busca por um governo que facilite a exploração desses recursos. Para ele, a percepção de que a América Latina é um “quintal” dos Estados Unidos é uma ideia arraigada, revelando um cenário onde interesses externos moldam decisões internas de forma preocupante.

Além de um turbilhão de pressões tarifárias, como o tarifaço de 50% sobre os bens brasileiros, Haddad mencionou a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro do STF, Alexandre de Moraes. Essa lei foi uma resposta às ações de Moraes contra a censura digital. A relação entre Moraes e o ex-presidente Jair Bolsonaro, visto como aliado de Trump, adiciona camadas de complexidade a esse jogo de interesses.
- O ministro evidenciou uma pressão que se estende por toda a América Latina, citando Elon Musk, que emite um alerta sobre a necessidade de intervenção na Bolívia para garantir acesso ao lítio, um recurso cobiçado na manufatura de veículos elétricos.
- “Quando houve a tentativa de golpe na Bolívia, Musk comentou que, se fosse necessário, deveríamos agir para garantir o lítio. Isso não é ficção, mas estava nos jornais”, lembrou.
- A implementação de um marco regulatório é vista como essencial para que o Brasil se posicione de forma competitiva em relação a outros players globais.

Em um comparativo direto, Haddad destacou que o Brasil possui mais de dez vezes os recursos minerais críticos dos Estados Unidos, que não chegam a 10%. Enquanto isso, as reservas da China são 20 vezes superiores. Esse jogo de poder pode tornar o Brasil um protagonista proeminente no cenário global de minerais.
Ainda segundo ele, a regulação dessas riquezas pode ser uma chave para uma transformação digital no Brasil. “Indústrias como a de inteligência artificial demandam minerais que não podemos desprezar, já que as gigantes da tecnologia dependem deles”, adiantou. Assim, o governo busca reduzir a dependência de processamento de dados fora do país.
Com um plano audacioso de atrair R$ 2 trilhões em investimentos para data centers na próxima década, o Ministério da Fazenda busca impulsionar a soberania digital do Brasil. “Atualmente, 60% dos dados brasileiros são processados fora, o que representa uma vulnerabilidade em tempos onde a autonomia é cada vez mais necessária”, concluiu Haddad.

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