26 agosto, 2025
terça-feira, 26 agosto, 2025

Deflação foi “pontual” e “qualitativo” ainda preocupa, dizem analistas

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IPCA-15 Análise

Em agosto, o Brasil surpreendeu ao registrar uma deflação de 0,14% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial. Este valor, reportado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), marca a primeira deflação em dois anos e o menor índice desde setembro de 2022. Contudo, a reação dos analistas foi de cautela. O resultado ficou aquém das expectativas do mercado, que variavam entre -0,2% e 0,23%.

Embora a deflação se resuma à média de preços de produtos e serviços em queda, economistas alertam para o lado qualitativo dos dados. O núcleo da inflação, que se refere a componentes mais estáveis, estagnou em 0,3% por três meses, longe da meta de 3%. Isso, somado ao aumento da inflação de serviços em 0,5%, reforça a necessidade de atenção.

O impacto mais significativo na deflação veio do grupo de habitação, com uma queda de 1,13%. A energia elétrica residencial, por exemplo, viu uma redução de 4,93% nos preços, influenciada pelo Bônus de Itaipu, mesmo sob a bandeira tarifária vermelha. Outros setores, como alimentação e transportes, também apresentaram quedas, com -0,53% e -0,47%, respectivamente.

André Valério, economista sênior do Banco Inter, enfatiza que apesar do resultado positivo no índice, o cenário não é tão otimista. O aumento no índice de difusão de 51% para 57% sugere pressões inflacionárias em ascensão. Para o futuro, espera-se que a inflação continue abaixo do esperado, permitindo ao Copom considerar cortes nas taxas de juros em dezembro.

Do mesmo modo, Igor Cadilhac, do PicPay, revisou suas projeções para 2025, passando de 5,1% para 4,9%, destacando a persistência dos efeitos deflacionários, especialmente relacionados ao câmbio. No entanto, ele alerta para as pressões altistas que permanecem, como a desancoragem das expectativas.

A avaliação de Maykon Douglas aponta que a deflação foi pontual e motivada, predominantemente, pelo Bônus de Itaipu. Ele ressalta que o processo de desinflação não é linear e que a desaceleração de núcleos sensíveis à demanda ainda é lenta.

O IPCA-15, que serve como prévia para o IPCA, abrange diversas regiões do Brasil e coleta dados que refletem o cotidiano das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos. A divulgação da próxima prévia, referente a setembro, está agendada para 26 de setembro. O foco agora se volta para a vigilância do Banco Central, que deverá monitorar as mudanças no cenário econômico com cautela.

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