27 agosto, 2025
quarta-feira, 27 agosto, 2025

Siga aquela inveja, e você pode descobrir o quanto tem a ganhar

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Inveja e autoconhecimento

A inveja, essa força traiçoeira, faz mais mal a quem a sente do que a quem é alvo dela. Giotto retratou isso de maneira poderosa, mostrando a cobra serpenteante escapando da boca de uma mulher. No fundo, essa emoção encontra-se no último mandamento da lei de Deus: “Não cobiçarás as coisas alheias”. Atualmente, em um mundo repleto de interações virtuais, as caixas de comentários se tornaram verdadeiros campos de batalha, onde o desejo de possuir o que é do outro muitas vezes transborda, disfarçado de ódio.

Lembro-me de minha infância, quando furtava uma santinha de papel de uma colega de escola, carregando a culpa por muito tempo. Mas foi durante a faculdade que a inveja me revelou seu verdadeiro eu. Em uma excursão, vi uma amiga se aproximando do ônibus, pronta para voltar de uma viagem que a levaria a Paris. Enquanto estava confortável em meu assento, uma onda de raiva irracional tomou conta de mim. O que eu não sabia, na época, era que a inveja saía de um lugar profundo em meu ser, um desejo que eu ainda não compreendia.

As raízes da inveja são obscuras e se disfarçam habilidosamente. Frequentemente, aqueles que invejam acreditam que são apenas vítimas do olhar alheio. “Não me inveje, trabalhe”, dizem alguns, sem perceber que a inveja pode muito bem ser um reflexo de suas próprias frustrações.

Não escolhemos quem invejamos: pode ser um amigo, colega ou até mesmo um familiar. Essa emoção oculta se instala em qualquer um, sutil e inesperada. Em sua essência, a inveja é uma manifestação disfarçada de desejo, uma face rabugenta que muitos de nós preferiríamos não enfrentar.

“O diabo é que depois de ler você a gente começa a se sentir e cantar ‘eu sou pobre, pobre, obre, rama, rema, rema, ré’.” – Manuel Bandeira.

A inveja pode servir como um sinalizador, alertando para o que realmente desejamos. Se conseguirmos reconhecer que a raiva que sentimos é, na verdade, inveja, abrimos a porta para uma nova compreensão sobre nós mesmos. Encarar essa realidade é o primeiro passo para transformar essa sensação incômoda em motivação para buscar o que almejamos.

O mantra “não me inveje, trabalhe” faz sentido quando você se volta para dentro e decide agir. Ao invés de focar no que o outro possui, concentre-se em identificar e perseguir seus próprios desejos. Não importa quão distante você esteja de se tornar uma figura icônica como João Guimarães Rosa ou Manuel Bandeira; adotar essa mentalidade pode dissipar a inveja. Assim, a inveja se desvanecerá, permitindo que você cresça e se realize.

Porém, a inveja será sempre uma sombra que pode voltar a nos visitar. Ao lidarmos com isso, a percepção de que a culpa pela inveja pertence ao invejoso nos permitirá seguir adiante. E então, quem sabe, possamos até nos perguntar: como você se sente em relação à inveja? Compartilhe suas experiências nos comentários e vamos iniciar essa conversa!

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