O Brasil está dando um passo significativo no combate ao Papilomavírus Humano (HPV), responsável por uma série de tipos de câncer, especialmente o de colo do útero. Com uma cobertura vacinal de 82% entre meninas de 9 a 14 anos, o país superou a média global, que é de meros 12%. Esse avanço é parte do compromisso do Brasil com a Organização Mundial da Saúde (OMS) de alcançar 90% de cobertura até 2030, uma meta crucial para erradicar o câncer de colo do útero.
Em comparação a 2022, quando a cobertura era superior a 78%, os números atuais refletem um esforço contínuo. Entretanto, não podemos esquecer de outros grupos. O Ministério da Saúde destaca que, em 2024, cerca de 7 milhões de adolescentes de 15 a 19 anos ainda não tinham recebido a vacina. Para reverter essa situação, uma campanha específica foi lançada, focando em 2,95 milhões desses jovens. Contudo, até recentemente, apenas cerca de 106 mil haviam sido vacinados.
Estados como São Paulo e Rio de Janeiro estão agindo para aumentar a adesão. No Rio, onde a estimativa aponta para 520 mil não vacinados, já inicia-se uma estratégia de resgate vacinal, com a expectativa de que isso mude o panorama nas próximas semanas.
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) expressou preocupação com a baixa adesão, destacando que a falta de informação é um dos principais obstáculos. Juarez Cunha, especialista em pediatria e ex-presidente da SBIm, enfatiza que “é preciso aprimorar os meios de comunicação para atingir os jovens”. Ele acredita que mostrar os riscos de doenças graves, como o câncer de colo do útero, poderá aumentar a adesão.
Cunha alerta que a complacência em relação a doenças que muitos não conheceram contribui para a hesitação vacinal. Além disso, a SBIm cita uma pesquisa que revela que entre 26% e 37% dos jovens não sabiam que a vacina previne o câncer de colo do útero. Ele defende campanhas de vacinação com horários estendidos e profissionais prontos para esclarecer dúvidas.
O HPV é o agente causador de praticamente todos os casos de câncer de colo de útero e sua vacinação é mais eficaz quando feita antes do início da vida sexual. Desde 2014, mais de 75 milhões de doses foram distribuídas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com a imunização passando a ser feita em dose única em 2024.
Nos dias 3 a 5 de setembro, o tema será debatido na Jornada Nacional de Imunizações, um evento que reúne especialistas para discutir estratégias de enfrentamento ao HPV. Com ações integradas, como vacinação nas escolas e combate à desinformação, o Ministério da Saúde busca reforçar a importância dessas campanhas.
A recente sanção de uma lei que cria a Política Nacional para Enfrentamento do HPV aprofunda o compromisso do Brasil com a saúde pública, visando prevenção, detecção e tratamento do Papilomavírus Humano. O que pensa sobre esses avanços? Deixe seu comentário e compartilhe sua perspectiva!