28 agosto, 2025
quinta-feira, 28 agosto, 2025

Em meio à seca, SP desperdiça quase 1/3 de água tratada

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Em um cenário marcado pela seca, a situação da água tratada em São Paulo revela um desperdício alarmante: cerca de 32% de toda a água distribuída pela Sabesp se perde, seja por vazamentos nas tubulações ou por ligações clandestinas, conhecidas como “gatos”. Esses números, que ecoam os dados da crise hídrica de 2014 e 2015, destacam um problema persistente que afeta a metrópole e sua população.

Recentemente, a Arsesp, agência responsável pela regulação dos serviços de saneamento, impôs à Sabesp a redução da pressão na rede de abastecimento durante a noite. Essa medida visa conservar os níveis de água nos reservatórios locais, especialmente enquanto as chuvas continuam abaixo da média. Estima-se que essa ação poderá economizar cerca de 4 metros cúbicos por segundo.

Para se ter uma ideia da gravidade da situação, os 32% de desperdício correspondem ao volume de água captado pelos sistemas Guarapiranga, Rio Grande e Rio Claro, somados. Essa realidade é preocupante, considerando os altos custos ambientais e financeiros para garantir o abastecimento. A busca por novas fontes de água, como demonstrado pelo investimento de R$ 2,2 bilhões em um sistema que capta água a 70 km de São Paulo, continua a ser um desafio para a Sabesp.

Os dados da Sabesp indicam uma ligeira queda nas perdas por ligação de imóveis, de 319 para 260 litros por dia. Contudo, o percentual global de desperdício se manteve estável, refletindo uma expansão das redes que não acompanhou o crescimento urbano planejado. Segundo especialistas, a infraestrutura do sistema de distribuição não evoluiu de acordo com a demanda, exacerbada pelo relevo montanhoso da região, que influencia diretamente nas perdas de água.

Em resposta ao desafio das perdas, a Sabesp implementará uma estratégia de redução de pressão nas horas noturnas, entre 21h e 5h. Para mitigar os problemas que essa redução pode causar, a agência reguladora exige que a companhia busque soluções emergenciais para abastecer os consumidores mais vulneráveis.

A Arsesp, em um esforço de rigoroso controle, informou que o novo contrato com a Sabesp estabelece metas rigorosas para a redução das perdas, bem como a necessidade de investimentos em modernização da rede. Desde 2009, a empresa já alocou R$ 9,4 bilhões em ações voltadas ao controle de desperdícios.

A Sabesp defende seus índices, afirmando que, embora o total de perdas fique em 29,4%, isso ainda está abaixo da média nacional de 37,8%. Adicionalmente, a companhia se comprometeu a investir mais de R$ 2 bilhões em 2025 para enfrentar as fraudes e vazamentos, promovendo outros planos para regularizar áreas informais e conectar mais moradias à rede de abastecimento.

Essa questão, que combina desafios administrativos e ambientais, necessita da mobilização de todos. A redução do desperdício de água deve ser uma responsabilidade coletiva. Afinal, em tempos de crise hídrica, cada litro conta. O que você acha sobre as soluções propostas? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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