
No palco silencioso do Supremo Tribunal Federal (STF), um momento de tensão se desenrolou quando o deputado Josimar Maranhãozinho, do Partido Liberal (PL), se calou durante seu interrogatório sobre alegações de desvio de emendas. A audiência, marcada para esta quinta-feira (28/8), revelou a estratégia da defesa, que optou pelo silêncio visando proteger-se em meio a um mar de incertezas sobre as provas apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Maranhãozinho, considerado pela investigação o líder do esquema, decidiu não se pronunciar enquanto aguardava mais esclarecimentos sobre os documentos utilizados contra ele. Ao contrário, seu colega de partido, o deputado Pastor Gil, optou por se manifestar, negando as acusações que pesam sobre os réus. Ambos, junto com o suplente Bosco Costa, enfrentam os mesmos desafios legais.
O relator do caso, ministro Cristiano Zanin, foi firme em sua decisão de continuar com os interrogatórios, mesmo diante de pedidos de adiamento. Em sua avaliação, a inclusão de novos elementos probatórios não poderia adiar o andamento do processo. Ao afirmar que “não há impedimento à realização do ato processual”, Zanin reafirmou o compromisso da Corte com a transparência e a celeridade na Justiça.
As alegações da PGR são graves: entre janeiro e agosto de 2020, os parlamentares, com a colaboração de figuras externas, teriam solicitado propina ao prefeito de São José do Ribamar, Eudes Sampaio Nunes, em troca da liberação de R$ 6,6 milhões em emendas. Em troca de R$ 1,6 milhão, esperava-se a liberação desses recursos federais.
As provas incluem mensagens que conectam Maranhãozinho a negociações com seus colegas. Uma troca com Pastor Gil, datada de dezembro de 2019, revela instruções diretas para garantir que São José do Ribamar obtivesse os recursos, culminando em declarações preocupantes sobre destinações financeiras, além de conversas com intermediários que tentavam coagir o prefeito a pagar a quantia solicitada.
A trama se complica à medida que surgem relatos de reuniões e mensagens que sugerem estratégias de coação. O desfecho dos interrogatórios promete trazer à tona mais detalhes sobre um escândalo que abala os alicerces da política local. A culpa ou inocência de Maranhãozinho e seus co-réus agora repousa nas mãos da Justiça e na interpretação das leis. O que você acha dessa situação? Deixe seu comentário e compartilhe seu ponto de vista sobre a responsabilidade pública e a ética na política.