4 setembro, 2025
quinta-feira, 4 setembro, 2025

Tradicional Festa da Irmandade da Boa Morte, em Cachoeira, recebe título federal de promoção da igualdade racial

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Celebração na Festa da Boa Morte

Todos os anos, em agosto, a cidade de Cachoeira testemunha um momento sagrado e vibrante. Há mais de 200 anos, as festividades em honra a Nossa Senhora da Boa Morte trazem à tona não apenas a fé, mas também a resistência e a cultura que permeiam a história baiana. Na última sexta-feira, 15 de agosto, a primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, e outras autoridades, como a ministra da Cultura, Margareth Menezes, se reuniram para celebrar as tradições enraizadas na história deste povo.

O evento, que ocorre na sede da Irmandade da Boa Morte, se enriqueceu com a entrega do Prêmio do Ministério da Cultura, prestigiando Dona Dalva, sambista local. Este reconhecimento destaca o papel fundamental da música e da cultura na luta pela liberdade. A paixão por resgatar a história das mulheres que outrora lutaram contra a escravidão foi um dos principais temas, sob a voz emocionada de Margareth Menezes: “É uma história comovente de mulheres defendendo os direitos humanos.”

Logo após o emocionante reconhecimento, seguiu-se um tradicional cortejo com 48 mulheres da irmandade, um espetáculo que simboliza a força e a união. Novidades para a cultura local foram prometidas, incluindo investimentos significativos em locais como a Casa de Samba de Dona Dalva e o Terreiro Ilê Axé Icimimó, refletindo a aceleração das políticas de promoção da igualdade racial e cultura popular.

A presença da prefeita de Cachoeira, Eliana Gonzaga, reforçou o compromisso da cidade em enfrentar o racismo e promover mudanças. Durante a missa na Igreja da Matriz, homenagens se multiplicaram, reconhecendo o trabalho contínuo das mulheres da Irmandade. “Estamos construindo um diálogo respeitoso com as irmãs da Boa Morte, preservando a memória cultural e a resistência”, frisou Bruno Monteiro, secretário da Cultura baiana.

O Governo Federal também premiou a Irmandade da Boa Morte, enfatizando sua importância como promotora da igualdade racial. Criada no século XVII em Salvador, essa tradição afro-católica sempre teve um papel essencial na luta por dignidade e liberdade, uma herança que ressoa até hoje. Irmã Neci Santos Leite, provedora da festa, compartilhou: “Nossa busca é por dignidade e liberdade, um reflexo de nossa ancestralidade.”

Com manifestações culturais, sambas de roda e foco no empreendedorismo negro, a Festa da Boa Morte, que se estende até o domingo, 17 de agosto, é mais que uma celebração; é um testemunho vivo da perseverança de um povo que nunca esqueceu suas raízes.

Quer saber mais sobre a importância das festas patrióticas e culturais na preservação da memória? Compartilhe sua opinião nos comentários e participe dessa conversa enriquecedora!

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