8 setembro, 2025
segunda-feira, 8 setembro, 2025

Fórum inédito da Osba discute futuro das sinfônicas e celebra legado de Gal

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Orquestra celebra Gal Costa com concerto especial

MUITO

Orquestra celebra a eternidade de Gal Costa em concerto especial na Concha

Gilson Jorge

No dia 26, data em que Gal completaria 80 anos, a Osba vai realizar homenagem

No dia 26 de setembro, quando Gal completaria 80 anos, a Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) homenageará a icônica cantora na Concha Acústica do Teatro Castro Alves. Este evento é mais que uma simples performance: é uma celebração da sua rica contribuição à música.

O ano de 2022 trouxe à Osba luz e sombra ao realizar um concerto com uma pegada pop: o Osbrega – Concerto do Amor. Esse espetáculo, que incluiu uma homenagem às profissionais do sexo, esgotou ingressos em um piscar de olhos, mas também gerou polêmica. O maestro Carlos Prazeres conduziu a plateia em um deleite sonoro, enquanto vozes críticas emergiram, desafiando o papel clássico das orquestras.

A efervescente discussão sobre a relevância das orquestras sinfônicas continua a ser tema de debate intenso. Nos próximos dias, Salvador sediará o 1º Fórum Osba de Orquestras Sinfônicas, onde estarão presentes representantes de grandes orquestras do Brasil. Esse intercâmbio evidencia o desejo de conectar a música erudita a audiências mais amplas.

Para Prazeres, a Osba busca um equilíbrio entre o erudito e o popular, sem abrir mão de suas raízes. “Esses eventos especiais representam apenas 5% do que fazemos”, explica. Filho de imigrantes portugueses, ele entendeu desde cedo que a música deve dialogar com a cultura local, como o Carnaval e as festividades juninas.

O maestro Carlos Prazeres

A temática e a interação são cruciais. O maestro acredita que a orquestra não deve ser vista como um “disco voador vienense”, mas sim como uma parte viva da sociedade. “Muitos pensam que a salvação está na tradição europeia. Nós devemos pensar no nosso povo e em suas referências”, diz Prazeres.

Durante o simpósio em homenagem a Gal, a Osba reforçará seu compromisso com a acessibilidade. “Precisamos falar a linguagem da sociedade”, afirma Prazeres. Suas convicções ecoam em um Brasil que deseja redimensionar sua relação com a música clássica, ultrapassando barreiras e preconceitos.

A busca por novos públicos gera mudanças não apenas no repertório, mas também na apresentação. Algumas orquestras adotam trajes informais e promovem diálogos diretos com os espectadores. “O maestro hoje é um mestre de cerimônias e deve criar uma conexão”, pondera o maestro Felipe Prazeres, irmão de Carlos.

A orquestra, enquanto instituição cultural, enfrenta o desafio de balancear a tradição com a necessidade de inovação. Essa é, segundo o regente da Orquestra Sinfônica de Sergipe, Guilherme Mannis, uma responsabilidade em relação ao futuro. “A popularização é complexa, mas necessária”, reflete.

O compositor Paulo Costa Lima exemplifica esta busca com iniciativas que levam música clássica a locais remotos. Ele defende que a verdadeira popularização deve respeitar a essência da obra musical. Assim, eventos como o concerto em homenagem a Gal Costa não são apenas apresentações, mas sim um passo significativo na transformação das orquestras em espaços inclusivos.

Se você também acredita que a música clássica pode e deve dialogar com a cultura popular, compartilhe suas opiniões nos comentários. Como você vê a relação entre as orquestras e o público nos dias de hoje?


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