9 setembro, 2025
terça-feira, 9 setembro, 2025

PF acusa agências bancárias de receberem R$ 331 milhões do crime organizado

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Polícia Federal deflagra operação contra funcionários e ex-funcionários da Caixa

Nos bastidores do setor de combustíveis, uma trama criminosa revela um esquema de movimentação financeira alarmante. A Polícia Federal identificou que agências da Caixa e do Santander foram fundamentais para facilitar a movimentação de R$ 331 milhões em depósitos em espécie, totalizando 9.560 transações, sem que os órgãos de controle tivessem sido notificados. Este cenário levanta sérias questões sobre a eficácia dos mecanismos de supervisão no sistema financeiro nacional.

As normas de combate à lavagem de dinheiro, estipuladas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), exigem que qualquer transação suspeita ou acima de R$ 30 mil seja reportada, identificando a origem dos recursos. Contudo, nas movimentações registradas, não havia informações sobre os depositantes, desrespeitando as exigências da legislação. O delegado Mateus Marins Corrêa de Sá, do Grupo de Investigações Sensíveis (Gise), esclareceu essa omissão em um pedido de prisão, detalhando como os bancos falharam nesta obrigação.

Em resposta às acusações, o Santander garantiu que possui sistemas rigorosos de controle e que está impedido de comentar casos específicos devido à legislação. Por sua vez, a Caixa afirmou colaborar com as investigações, tratando das informações como sigilosas, mas priorizando o monitoramento de movimentações atípicas. No entanto, as palavras das instituições financeiras levantam dúvidas sobre a eficiência real de suas práticas de compliance.

De acordo com as investigações, as movimentações em questão foram feitas em nome da Tycoon, uma instituição de pagamento com sede em Curitiba, que operava com contas-bolsão, permitindo que grandes quantias fossem movimentadas sem a devida identificação dos proprietários. A origem do dinheiro, considerada atípica, era frequentemente ligada ao abastecimento de combustíveis, um serviço que não deveria estar vinculado a uma instituição desse tipo.

A Justiça Federal, com base nas evidências da PF, decretou a prisão preventiva de 14 indivíduos, incluindo líderes da organização criminosa, que continuam foragidos. A investigação revelou que a Tycoon e o BK Bank eram usados como intermediários para ocultar a movimentação de dinheiro entre diversas empresas associadas aos acusados. Estranhamente, o BK Bank movimentou R$ 46 bilhões em um período de cinco anos, com R$ 17,7 bilhões indicados como operações suspeitas.

As contas bancárias da Tycoon revelaram que 96,76% dos créditos recebidos vinham de depósitos em dinheiro vivo, sem identificação, com a maioria das transações ocorrendo nas agências. A falta de resposta do banco estatal às solicitações de identificação de depositantes gerou ainda mais questionamentos sobre o comprometimento das instituições financeiras em respeitar as diretrizes de prevenção à lavagem de dinheiro.

Além disso, a Polícia Federal está investigando outras instituições, como o Banco Rendimento e a fintech Line, que também foram acusadas de abrigar contas ocultas conectadas à Tycoon. Essas práticas, conforme indica o delegado, apresentam características típicas de lavagem de dinheiro, fortalecendo a necessidade de um olhar mais crítico sobre a aderência das instituições à legislação.

À medida que este caso se desdobra, é vital que a sociedade se envolva e participe da discussão sobre a transparência e a integridade no setor financeiro. Você acredita que as instituições estão fazendo o suficiente para combater esse tipo de crime? Compartilhe suas opiniões e vamos debater sobre como podemos exigir mais responsabilidade das entidades que interagem com o nosso dinheiro.

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