10 setembro, 2025
quarta-feira, 10 setembro, 2025

Bahia lidera emergências por venenos no Nordeste; veja cuidados que você deve ter

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ENVENENAMENTO

Bahia lidera estatísticas de emergências por envenenamento no Nordeste

Escorpiões e cobras são as principais causas dos acidentes; na foto, exemplar de serpente jararaca preservado

Nos últimos 10 anos, a Bahia apresentou uma preocupante estatística: quase um terço de todas as emergências por envenenamento no Nordeste. Com 2.274 atendimentos registrados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o estado se destaca em um cenário alarmante. Porém, muitos casos não chegam a ser registrados, deixando uma sombra sobre a real magnitude deste problema.

Um capítulo dramático dessa realidade é a história de Sérgio Dário, um estudante de 25 anos da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Durante uma visita à casa dos pais em Vera Cruz, ele foi picado por uma cobra venenosa ao andar descalço na escuridão. A dor imediata e a rápida intervenção familiar garantiram sua recuperação, mas a experiência é um alerta: até agosto de 2025, foram contabilizados 21.984 envenenamentos apenas na Bahia.

Esse número surpreendente corresponde a 64% do total de envenenamentos em 2024, e a tendência é que os dados de 2025 superem os do ano anterior. Escorpiões lideram as causas de acidentes, com 22.012 picadas já registrados em 2025, revelando um verdadeiro desafio de saúde pública. A experiência de Edvaldo Silvestre, um construtor de 63 anos que também foi vítima de uma picada de escorpião, enfatiza a gravidade da situação. “Doeu muito e eu tive febre”, lembra ele, ressaltando a necessidade de atenção e cuidados.

Os escorpiões têm se multiplicado nas áreas urbanas, criando um cenário alarmante. Segundo Juscelino Nery, diretor do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox-Ba), esses animais se reproduzem rapidamente, chegando a até 30 filhotes a cada seis meses. Além disso, todos os escorpiões possuem veneno, embora a intensidade varie e possa ser mais grave em crianças e idosos.

O escorpião amarelo, por exemplo, é especialmente perigoso, podendo causar desde dor intensa até insuficiência respiratória, especialmente em grupos vulneráveis. Para evitar sua proliferação, é crucial manter os ambientes limpos, livre de entulhos e alimentos para insetos, que atraem escorpiões.

Quando ocorrer uma picada, o primeiro passo é limpar o local com água e sabão e procurar rapidamente uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Reforçando a segurança, Juscelino alerta: “Se conseguir, tire uma foto do animal, mas não tente capturá-lo.”

Os riscos dos agentes químicos

Além dos venenos de animais, a Bahia enfrenta outro desafio: a intoxicação por agentes químicos. Em 2025, já foram registrados 9.462 casos e 70 óbitos. Embora menos comuns, esses incidentes são mais letais, frequentemente relacionados a tentativas de suicídio. Dados preocupantes expedidos pela coordenadora do comitê de toxicologia da Abramede, Juliana Sartorelo, indicam a necessidade urgente de um controle mais rigoroso sobre substâncias tóxicas.

Para combater essa epidemia de envenenamentos, é fundamental aumentar a fiscalização nas fronteiras e nas vendas dessas substâncias, além de promover campanhas educativas focadas na prevenção de intoxicações, especialmente entre crianças e adolescentes.

Agora, mais que nunca, a conscientização e a prevenção são essenciais. Sua experiência ou opinião pode ajudar a construir uma rede de proteção em nossa comunidade. Compartilhe suas histórias e opiniões nos comentários!

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