10 setembro, 2025
quarta-feira, 10 setembro, 2025

“Vamos bloquear tudo”: atos e greves paralisam a França; 200 são presos

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Nesta quarta-feira, 10 de setembro, a mobilização popular conhecida como “Bloquons tout” (Vamos bloquear tudo) começou a ganhar força nas redes sociais, embora enfrentasse uma resistência significativa das forças de segurança. O ministro do Interior, Bruno Retailleau, informou que aproximadamente 200 pessoas foram detidas em toda a França, com 132 dessas detenções ocorrendo na área metropolitana de Paris.

As causas dessa revolta incluem uma reforma previdenciária polêmica, restrições orçamentárias e a escolha do novo primeiro-ministro. Chloé, uma estudante de 25 anos da Universidade Paul-Sabatier, expressa sua frustração: “Nada está funcionando”. Ela ressalta como as classes populares são as mais impactadas por medidas que apenas aumentam suas dificuldades.

“As classes populares são as mais afetadas. Pessoas que já se sacrificam no trabalho agora precisam abrir mão do próprio bem-estar para equilibrar o orçamento”, explica Chloé.

Em diversas regiões, as ações de bloqueio começaram, mas muitas foram rapidamente neutralizadas pelas forças de segurança. Um exemplo é Marselha, onde agentes impediram que cerca de 200 manifestantes acessassem uma rodovia. Já pela manhã, em Petite Forêt, um pequeno grupo bloqueou uma rotatória comercial, mas o número de participantes foi abaixo do esperado.

Cédric Brun, do sindicato CGT, tentou surpreender as autoridades com a mobilização, mas lamentou a ausência de mais manifestantes nas ruas. Ele acentuou que “há mais revolucionários no Facebook do que nas ruas”. O governo, por sua vez, já mobilizou 80 mil policiais em todo o país, com ordens claras para não tolerar qualquer tipo de violência ou bloqueios.

Até as 9h30, a Polícia Militar contabilizava 154 ações e cerca de 4 mil manifestantes. Uma crise foi instalada no Ministério do Interior para monitorar a situação. Entre as ações mais impactantes, destacam-se os tumultos em Caen, onde manifestantes atearam fogo a objetos, enquanto em Bordeaux as autoridades rapidamente desfizeram bloqueios.

Na capital, os transportes públicos enfrentaram perturbações moderadas, mas conforme previsto, com o metrô funcionando normalmente e alguns problemas na linha B do RER. Entretanto, atos de sabotagem aumentaram as interrupções, levando a SNCF a prometer investigações e ações judiciais.

No ambiente escolar, diversas instituições foram temporariamente bloqueadas, especialmente em Paris e Montpellier. Lucia, de 17 anos, reflete sobre a importância de protestar: “Bloquear nossa escola é bloquear a Educação Nacional. Isso representa a educação como Macron deseja.”

O atual movimento, que remete à revolta dos coletes amarelos de sete anos atrás, atraiu uma nova geração de jovens mais politizados. Eles contestam as medidas de austeridade e expressam um descontentamento com as elites políticas, especialmente com o presidente Emmanuel Macron. Os sindicatos, embora divididos, também mostram apoio à mobilização.

Em meio à revolta, Thomas Maurice, porta-voz da Confederação Camponesa, manifesta sua indignação: “Estou profundamente revoltado com a política atual” e anuncia sua participação em uma manifestação em Dijon.

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