Na sombria noite de sexta-feira, 12 de setembro, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram em uma vigília emocionante perto de seu condomínio, em Brasília. Essa foi a segunda noite consecutiva de protestos após a condenação do ex-mandatário por crimes relacionados ao golpe de Estado, resultando em uma pena que ultrapassa 27 anos de prisão.
A decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), proferida na quinta-feira, 11 de setembro, marcou um momento crucial na política brasileira. A condenação, parte da ação penal 2.668, surpreendeu muitos, mas não conseguiu abalar a determinação de seus seguidores, que se sentem cada vez mais mobilizados.
Enquanto a vigília se desenrolava, homens e mulheres, vestidos predominantemente com as cores verde e amarelo, erguiam bandeiras. Destacavam-se entre elas uma bandeira de Israel e outra dos Estados Unidos, simbolizando uma união de ideais e apoio internacional. Os participantes, juntos, elevavam suas vozes em oração e canto, clamando pela anistia de Bolsonaro.
Desde 4 de agosto, Bolsonaro está sob prisão domiciliar, uma medida ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Essa restrição não se relaciona diretamente com a condenação mais recente, mas é o resultado de uma suposta violação de medidas cautelares em um inquérito separado, onde ele e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, são investigados. O caso envolve questões de obstrução de Justiça, com acusações de tentativas de constranger autoridades brasileiras através de ações nos Estados Unidos.
No tribunal da história, além de Bolsonaro, outras sete figuras influentes do núcleo golpista também foram condenadas. Entre eles estão:
- Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin;
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional;
- Mauro Cid, tenente-coronel do Exército;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.