14 setembro, 2025
domingo, 14 setembro, 2025

Janaína Paschoal vira “caça jabutis” na Câmara e irrita vereadores

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Em meio ao agito político da cidade de São Paulo, Janaína Paschoal, vereadora e professora de Direito Penal na Universidade de São Paulo (USP), se destaca por sua abordagem minuciosa e detalhista. Autora do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, sua trajetória ganhou notoriedade em 2018, quando foi eleita deputada estadual com uma votação recorde de mais de 2 milhões de votos.

Após uma breve distância do bolsonarismo e uma tentativa frustrada de se eleger ao Senado em 2022, Janaína conquistou seu espaço na Câmara Municipal em 2024, somando 48 mil votos. Desde então, sua atuação tem sido marcada por uma vigilância crítica sobre a transparência dos processos legislativos, especialmente em relação aos “jabutis” – emendas que aparecem de forma sub-reptícia em projetos de lei.

“A vereadora Janaína é uma parlamentar de fato detalhista em seus estudos, pronunciamentos, projetos. O que não significa que ela não se manifeste quando entende ser necessário. E nos detalhes”, resumiu um colegiado, acrescentando um tom de humor à reverência.

Com frequência, Janaína ocupa a tribuna para expressar sua insatisfação com a maneira apressada como votações e discussões ocorrem na Câmara. Sua indignação é clara quando afirma que a inclusão de emendas que não têm relação com o tema principal torna difícil para os vereadores compreenderem as verdadeiras intenções por trás das propostas.

Recentemente, instaurou um debate acalorado ao se opor a um auxílio saúde para procuradores, disfarçado em um projeto sobre bonificações para Guardas Civis Metropolitanos. Sua firmeza ao questionar a inclusão desse jabuti rendeu à vereadora reconhecimento pela sua luta por transparência.

“Não podemos aprovar sem discussão isso aqui”, protestou com veemência na tribuna, levando a liderança do governo a retirar a emenda. Contudo, esse não foi o fim da história, pois o benefício foi tratado em outro projeto, mas ainda assim, com menos alcance.

As críticas de Janaína não se limitam às emendas. Em sua posição na Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da Câmara, pretende barrar quaisquer propostas que infrinjam princípios constitucionais. Contudo, essa postura, muitas vezes, a rotula como arrogante entre seus pares, gerando desconfortos em suas interações.

A questão dos substitutivos, que alteram projetos em votações subsequentes, é um de seus principais alvos. Janaína questiona a lógica de votar propostas antes de discutir os textos definitivos, sugerindo que a Câmara deveria aguardar uma versão aprimorada e debatida antes de aprovar qualquer coisa.

Num ambiente político agitado, Janaína se viu envolvida em um intenso embate com a vereadora Zoe Martinez, oriundo de uma proposta de viagem a Nova York, bancada pela Câmara. O clash público expôs as tensões sobre gastos públicos e a fiscalizadora voz de Janaína, que a descreveu como alvo de incansáveis perseguições.

Por seu caráter regimentalista, Janaína também se destacou ao promover uma mudança no envio de tempo nos discursos dos parlamentares, defendendo que todos tivessem chances iguais de expressarem suas opiniões durante as sessões. Seu vocal forte por uma Câmara mais transparente e justa parece ter encontrado ressonância em algumas de suas ações, enquanto provoca desconforto em outras.

Janaína Paschoal se posiciona, portanto, como uma figura controversa, que, mesmo em meio à polarização, continua a lutar por princípios em que ela acredita. Sua trajetória e ações despertam tanto apoio como resistência, refletindo as complexidades da política contemporânea. O que você pensa sobre a atuação dela? Compartilhe sua opinião nos comentários!

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