14 setembro, 2025
domingo, 14 setembro, 2025

Médica faz alerta sobre cuidados paliativos: “O último dia de vida faz parte da vida”

Compartilhe

MUITO

Médica e escritora Ana Claudia Quintana Arantes propõe novo olhar sobre a morte e o luto

Gilson Jorge

Escritora estará em Salvador no dia 24 de setembro para uma palestra

Escritora estará em Salvador no dia 24 de setembro para uma palestra –

Em 1988, Bob Dylan encantou o mundo com a canção “Death is not the end”, que ilustra a ideia reconfortante de que a morte não encerra a vida. A médica e escritora paulista Ana Claudia Quintana Arantes, especialista em cuidados paliativos, aplica essa filosofia em seu trabalho, enfatizando a importância de celebraremos o tempo que temos. Para ela, a morte deve ser vista não como um fim, mas como parte de uma trajetória digna.

Ana Claudia sugere que as lápides reflitam essa visão, destacando frases como “viveu até tal dia” ao invés de se concentrar na cruz que simboliza a morte. Em entrevista, a escritora, que dará uma palestra em Salvador no dia 24 de setembro, ressaltou a importância de preparar não apenas os pacientes, mas também suas famílias, para vivenciar o luto de maneira saudável e significativa, dentro da programação do projeto Florence Fronteiras.

O evento tem como objetivo gerar um diálogo sobre a vida e a morte, e o ingresso custa R$ 60 mais 1 kg de alimento não-perecível, com a renda revertida para ações sociais da Santa Casa da Bahia. A Clínica Florence, referência em cuidados paliativos, traz um legado que vai além do atendimento médico. O hospital estadual Mont Serrat, inaugurado neste ano em Salvador, é mais um avanço na área.

“O contexto mais importante que precisa ser compreendido é que o nosso último dia de vida faz parte de nossa vida. A morte é o último evento desse último dia.” O que Ana Claudia defende é que a qualidade dos cuidados e do amor oferecido nos momentos finais é vital. É nesse contexto que as relações e a capacidade de expressar afeto se tornam cruciais.

No seu mais recente livro voltado ao público infantil, “Onde fica o céu?”, Ana propõe uma reflexão sobre como explicar a morte às crianças. Para ela, as crianças estão mais abertas à realidade do que pensamos, especialmente quando estão próximas ao processo de adoecimento de um ente querido. Ao acompanhar essas mudanças, elas percebem que algo não está bem e precisam de apoio emocional e explicações adaptadas à sua compreensão.

Ao proporcionar um espaço seguro para que a criança expresse suas emoções, como enviar uma mensagem ao paciente hospitalizado, contribuímos para que ela se sinta parte do processo. Ana sugere que o diálogo deve ser honesto, utilizando uma linguagem que elas possam entender, sem omitir verdades, mas também evitando os detalhes que possam traumatizá-las.

Cuidar de alguém no final da vida exige mais do que intenções nobres. É necessário dedicação, escuta atenta e conhecimento técnico para proporcionar alívio ao sofrimento. Para a autora, o cuidador deve também cuidar de si mesmo, equilibrando compaixão e conhecimento para sustentar o processo.

Em sua palestra em Salvador, Ana Claudia pretende transmitir uma mensagem poderosa: a vida deve ser vivida em plenitude, até o último momento. Ela quer que as pessoas reconheçam que a morte faz parte da jornada e que o ato de cuidar pode se transformar em uma expressão de amor profundo e de legado que ultrapassa a finitude.

Convidamos você a refletir sobre como a vida e a morte andam de mãos dadas, e sobre a importância de valorizar cada momento. Queremos saber sua opinião! Compartilhe suas experiências ou pensamentos nos comentários e participe dessa conversa essencial.

Você sabia que o Itamaraju Notícias está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.

Veja também

Canaltech
O Itamaraju Notícias está no WhatsApp! Entre no canal e acompanhe as principais notícias da região

Mais para você