15 setembro, 2025
segunda-feira, 15 setembro, 2025

Ipea: queda na inflação foi mais sentida pela população mais pobre

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No mês de agosto, uma mudança notável ocorre na economia brasileira: enquanto o índice de inflação geral registrou uma leve queda de 0,11%, as famílias de menor renda, que recebem até R$ 3,3 mil, sentiram uma deflação mais acentuada, de 0,20%. Por outro lado, lares com rendimentos superiores a R$ 22 mil enfrentaram uma inflação modesta de 0,10%.

Esses dados estão destacados no boletim mensal “Inflação por Faixa de Renda” do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), uma análise detalhada que traz à luz as diferentes realidades econômicas enfrentadas pelas famílias brasileiras.

O estudo do Ipea revela que das seis faixas de renda familiar, as três mais baixas foram as mais impactadas pela deflação, evidenciando como as mudanças de mercado podem afetar de maneira desigual os diferentes grupos sociais:

  • Renda muito baixa: -0,29%
  • Renda baixa: -0,21%
  • Renda média-baixa: -0,19%
  • Renda média: -0,07%
  • IPCA: -0,11%
  • Renda média-alta: 0%
  • Renda alta: 0,10%

Os números refletem a situação de mais de 80 milhões de brasileiros e demonstram a importância de compreender o impacto de políticas econômicas em diferentes segmentos, especialmente em relação a itens essenciais como alimentos e contas de energia.

A autora do estudo, Maria Andreia Parente Lameiras, afirma que as famílias de baixa renda experimentaram um alívio maior em agosto devido ao aumento da deflação nos alimentos e à queda nas tarifas de energia elétrica, atribuídas ao Bônus de Itaipu.

“A combinação da redução nos preços dos alimentos e a eliminação da pressão tarifária na conta de luz, causada pelo Bônus de Itaipu, explica por que essas famílias sentiram uma queda mais significativa na inflação”, explica Maria.

O Bônus de Itaipu, um desconto na conta de luz, se tornou um alívio importante em um momento em que a bandeira vermelha 2 poderia incrementar os custos. Em agosto, os preços de itens como cereais, tubérculos e proteínas animais caíram consideravelmente, proporcionando um respiro para os lares mais vulneráveis.

No entanto, para as famílias de alta renda, os impactos foram mistos. Embora tenham enfrentado deflação em alimentos e energia, os preços dos serviços, como alimentação fora de casa e entretenimento, aumentaram, amenizando a sensação de alívio.

No acumulado dos últimos 12 meses, a realidade se inverte. As famílias com menor renda enfrentaram taxas de inflação superiores, evidenciando a pressão contínua sobre os grupos mais vulneráveis:

  • Renda muito baixa: 5,23%
  • Renda baixa: 5,33%
  • Renda média-baixa: 5,19%
  • Renda média: 5,08%
  • Renda média-alta: 5,07%
  • Renda alta: 5%

Com um IPCA anual de 5,13%, ultrapassando a meta do governo, observamos que a pressão inflacionária se concentrou em grupos essenciais como alimentos, habitação, transportes e cuidados pessoais.

Essas estatísticas não são meros números; elas revelam a luta diária de milhões de brasileiros. Como você vê esses dados? Compartilhe sua opinião nos comentários e faça parte dessa conversa essencial sobre a realidade econômica do nosso país!

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