Imagens de desesperança e sofrimento começaram a emergir de uma unidade terapêutica em Lago Oeste, revelando relatos alarmantes de cárcere privado, maus-tratos e uma série de violações de direitos humanos. O delegado-chefe da 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho II), Ricardo Viana, confirmou que a Comissão de Direitos Humanos (CDH) acusou os responsáveis pelo Instituto Terapêutico Liberte-se de práticas brutais, como internar pacientes à força.
Depoimentos de internos revelam uma realidade macabra: muitos foram levados de suas casas, sem escolha, com relatos de contenção e transporte forçado para a clínica. “Essa ‘internação involuntária’ é claramente ilegal”, afirma Viana, enfatizando que os pacientes deveriam estar lá por sua própria vontade. O descumprimento das normas legais não apenas agrava as condições de vida, mas também configura um verdadeiro cárcere, com internações que ultrapassam um ano.
A legislação exige que, em casos de internação involuntária, o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) seja notificado em até 72 horas. Contudo, a clínica falhou em cumprir este requisito, evidenciando um cenário de impunidade que exige resposta urgente.
Os abusos não param por aí. Os internos denunciaram a prática de trabalho forçado e não remunerado, tortura, violência sexual, bem como a ausência de assistência médica adequada. Muitos estão sob efeito de medicamentos psicotrópicos sem supervisão adequada e são tratados por monitores sem formação médica, enquanto as consultas com profissionais qualificados tornam-se inacessíveis, custando até R$ 300 para uma simples avaliação online.
Os familiares, na busca por ajudar seus entes queridos, acabaram por ver-se emaranhados em complicações legais, podendo ser responsabilizados se ficar evidente que consentiram com a entrega dos internos à unidade. Em meio a esse pandemonium, três dos responsáveis pela clínica foram detidos, incluindo um casal de pastores e um coordenador, e enfrentarão acusações graves.
A história da unidade do Lago Oeste é um alerta poderoso sobre a vulnerabilidade dos direitos humanos em situações de fragilidade. É vital que todos nós estejamos atentos e que aqueles que presenciam injustiças se pronunciem. Seu silêncio pode custar a liberdade e dignidade de muitos. O que você pensa sobre essa situação? Comente abaixo e junte-se à discussão em busca de justiça.