19 setembro, 2025
sexta-feira, 19 setembro, 2025

IBGE divulga resultados da PNAD Contínua sobre trabalho de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos

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Trabalho infantil

A última pesquisa do IBGE revela um retrato preocupante do trabalho infantil no Brasil, destacando que em 2024, 1,650 milhão de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos estavam envolvidos em atividades laborais. Embora tenha havido um aumento de 2,1% em relação ao ano anterior, é essencial reconhecer que, ao longo de oito anos, esse número apresentou uma queda significativa de 21,4%. Em termos percentuais, a porcentagem de jovens atingidos subiu ligeiramente de 4,2% em 2023 para 4,3% em 2024, mantendo-se ainda abaixo dos 5,2% registrados em 2016.

Dentre os jovens em situação de trabalho infantil, é alarmante que 54,1% estejam ocupados com tarefas domésticas e cuidados de outras pessoas. Particularmente, a faixa etária de 16 a 17 anos é a mais afetada, com um crescimento no percentual de 14,7% em 2023 para 15,3% em 2024. Essa realidade reflete não apenas a falta de oportunidades, mas também a urgência de abordarmos a problemática do trabalho infantil e suas consequências na educação.

Os dados mostram que enquanto 97,5% das crianças e adolescentes em geral estão na escola, esse número cai para 88,8% entre os que trabalham. A situação se agrava na faixa de 16 a 17 anos: 90,5% dos estudantes estão na escola, contra apenas 81,8% dos trabalhadores. Além disso, quase metade dos adolescentes (49,2%) nessa faixa etária está dedicada a jornadas de trabalho de, no mínimo, 25 horas semanais, com 30,3% trabalhando 40 horas ou mais. Essa carga horária excessiva compromete seu desenvolvimento acadêmico e pessoal.

A informalidade é outro aspecto relevante. A pesquisa indica que 69,4% dos adolescentes de 16 e 17 anos estão em condições informais, sendo considerados em situação de trabalho infantil, independentemente do tipo de ocupação. Regionalmente, o Nordeste e o Sul destacaram-se pelo aumento no número de crianças e adolescentes em trabalho infantil, com variações de 7,3% e 13,6%, respectivamente. Em contraste, a Região Norte teve a queda mais significativa, de 12,1%. Notavelmente, o Nordeste acumulou a maior redução entre 2016 e 2024, com uma diminuição de 27,1% no número de jovens trabalhadores.

Um perfil mais detalhado das crianças e adolescentes envolvidos no trabalho infantil aponta que 66,0% são negros ou pardos, e 66,0% desse grupo é do sexo masculino. Em uma luz positiva, o número de jovens na Lista TIP, que inclui as piores formas de trabalho infantil, alcançou o menor nível da série histórica em 2024, com 560 mil pessoas, evidenciando uma trajetória de queda desde 2016.

Além disso, famílias que recebem o benefício do Bolsa Família apresentam uma pequena elevação no percentual de trabalho infantil, com 5,2% de crianças e adolescentes nessa condição, ligeiramente acima da média nacional. Apesar desse fato, a pesquisa indica uma redução mais acentuada do trabalho infantil entre os beneficiários do programa ao longo dos anos.

Esses dados nos convidam a refletir sobre a urgência de ações efetivas para erradicar o trabalho infantil e garantir um futuro mais justo para nossas crianças e adolescentes. Como você enxerga essa problemática? Compartilhe sua opinião nos comentários e junte-se a essa importante discussão!

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