Os sindicatos franceses lançaram um claro “ultimato” ao recém-nomeado primeiro-ministro, Sébastien Lecornu, estipulando um prazo até o dia 24 de setembro para que ele responda às suas demandas. Em uma ação que sinaliza a crescente tensão social, as centrais sindicais ameaçam organizar novas manifestações na próxima quarta-feira, caso o governo mantenha suas propostas de contenção de gastos.
Após os protestos massivos de quinta-feira, onde centenas de milhares de vozes se uniram, representantes das oito centrais sindicais se reuniram para traçar a próxima etapa de sua mobilização. Segundo os líderes sindicais, essas manifestações refletem a “raiva e a determinação” das diversas categorias que compõem a população francesa. Apesar de o premiê ter recuado na proposta de cortar dois feriados, a insatisfação persiste, levando-os a concluir que “a conta ainda não fecha”.
Com um comunicado claro, os sindicatos exigem o abandono de todo o projeto apresentado anteriormente pelo ex-premiê François Bayrou. Essa proposta incluía cortes significativos, como 3.000 cargos de funcionários públicos, a reforma do seguro-desemprego e alterações no sistema de reembolso de despesas médicas, além de discutir a manutenção do feriado de 1º de maio. As demandas também incluem a revogação do aumento da idade de aposentadoria para 64 anos, indo de encontro à reforma da Previdência que já provocou imenso descontentamento.
Marylise Léon, líder do CFDT, um dos maiores sindicatos do país, enfatizou em uma entrevista que, mesmo reconhecendo a necessidade de lidar com o déficit, isso não pode ser feito sacrificando os direitos dos trabalhadores. Ela afirmou que a responsabilidade agora recai sobre o primeiro-ministro, que prometeu buscar um compromisso. “A bola está no campo dele”, ressaltou, exigindo provas concretas de disposição para dialogar.
Sophie Binet, da CGT, também fez questão de reforçar a pressão sobre o governo, afirmando que não recuaram e que resultados são esperados imediatamente. A expectativa é que o premiê atenda a esse chamado e retome as negociações com os sindicatos, reconhecendo assim a relevância das forças trabalhistas nas decisões orçamentárias que impactam diretamente a sociedade.
Com a situação em ebulição, a escolha do primeiro-ministro poderá determinar o futuro das relações de trabalho na França. As centrais sindicais estão prontas para intensificar a mobilização caso suas exigências continuem sendo ignoradas. A conversa já foi iniciada; agora, um retorno justo é esperado.
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