21 setembro, 2025
domingo, 21 setembro, 2025

Sequelas permanentes afetam 1/3 dos motociclistas vítimas do trânsito

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Logo Agência Brasil Nos últimos anos, um alarmante número de motociclistas tem enfrentado as consequências devastadoras de acidentes de trânsito. Uma pesquisa reveladora da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) trouxe à luz que um terço das vítimas atendidas sofre com sequelas permanentes destes sinistros. A pesquisa foi baseada nas opiniões de 95 especialistas em ortopedia, revelando uma realidade preocupante nas emergências do Brasil.

Em média, os serviços de saúde registraram 360 vítimas de acidentes de trânsito mensalmente nos últimos seis meses, o que representa mais de dez motociclistas hospitalizados por dia. Dentre essas vítimas, dois terços eram motociclistas. A gravidade dos ferimentos é evidente: ao terem alta, 33,9% dos pacientes foram diagnosticados com sequelas permanentes, enquanto 82% relataram dores crônicas. Um quadro desolador que inclui deformidades, déficits motores e amputações, impactando profundamente suas vidas.

O estudo foi apresentado em um fórum na Câmara dos Deputados, parte da campanha Na moto, na moral, que busca reduzir a mortalidade nas estradas. O presidente da SBOT, Paulo Lobo, destacou a importância da campanha, afirmando: “Estamos vivendo uma epidemia de sinistros com motos”.

Um caso que exemplifica essa realidade é o de Jéssica Santos, uma jovem de 29 anos. Após um acidente trágico enquanto voltava para casa, ela enfrentou uma série de cirurgias e ainda lida com a dor e a limitação de movimentos em decorrência dos ferimentos, incluindo uma fratura na bacia e a necessidade de uma colostomia que ainda não pôde ser revertida. “Hoje em dia, faço fisioterapia, mas ainda sinto bastante dor e dificuldades na recuperação”, relata com tristeza.

O perfil das vítimas pintado pelo estudo é evidente: 72,8% são homens, com uma significativa parcela entre 20 e 29 anos. Não apenas a força da juventude está em risco, mas também a capacidade de recuperar-se após acidentes. A pesquisa ainda destaca que um elevado número de cirurgias é adiado mensalmente devido a emergências que surgem desses sinistros, mostrando a sobrecarga enfrentada pelos serviços de saúde.

As lesões são frequentemente graves e complexas, o que exige tratamentos intensivos. O ortopedista Marcos Musafir aponta que essas lesões se tornaram mais complicadas, resultando em casos que vão além de simples fraturas. Infelizmente, a maioria dos pacientes requer cuidados de média ou alta complexidade.

Enquanto a pesquisa revela a gravidade da situação, também surgem propostas para melhorar a segurança dos motociclistas. O coordenador de Engenharia da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), Marco Antônio Motta, anunciou um programa nacional dedicado à segurança dos motociclistas e novidades como as faixas azuis, que buscam oferecer mais segurança aos usuários nas cidades. Estas medidas são essenciais, especialmente em um país que viu o número de motocicletas crescer 42% em uma década.

Representantes da saúde e do setor de segurança reconhecem a urgência em agir frente a essa “epidemia”. Marcelo Matos, do Sindicato dos Empregados Motociclistas do Estado do Rio de Janeiro, enfatiza a necessidade de campanhas de conscientização e de regulamentação para os motociclistas de aplicativos, que frequentemente trabalham sem as devidas condições de segurança.

Esse cenário nos leva a refletir: até quando continuaremos a ignorar os riscos associados à utilização das motocicletas? É hora de unir forças, exigir mudanças e proteger aqueles que dependem desse meio de transporte no dia a dia. Compartilhe sua opinião nos comentários e ajude a disseminar essa conscientização.

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