Em um cenário de crescentes tensões e divisões, o Ministério das Relações Exteriores de Israel fez uma declaração contundente neste domingo, afirmando que o reconhecimento da Palestina como Estado pelo Reino Unido é, na verdade, uma “recompensa para o Hamas”. Essa posição critica não apenas a decisão britânica, mas também a influência da Irmandade Muçulmana no país, que, segundo Israel, encoraja o Hamas em suas ações.
O debate sobre o reconhecimento do Estado da Palestina ganha força, especialmente em meio às críticas direcionadas ao governo de Benjamin Netanyahu, acusado de fomentar a violência e a miséria no território palestino. Recentemente, Emmanuel Macron, presidente da França, se juntou a outros 147 países que já reconheceram a Palestina, afirmando que também tomará essa ação em breve.
Além do Reino Unido, o Canadá e a Austrália também se comprometeram a reconhecer oficialmente a Palestina, um movimento que acontece logo antes da abertura da 80ª sessão da Assembleia Geral da ONU em Nova York. A resposta de Israel foi imediata, assim que o Reino Unido anunciou sua decisão, destacando que os líderes do Hamas veem esse reconhecimento como um “fruto” das violências que ocorreram no massacre de 7 de outubro.
“Os próprios líderes do Hamas admitem abertamente: este reconhecimento é um resultado direto, o ‘fruto’ do massacre de 7 de outubro. Não deixe que a ideologia jihadista dite sua política”, destacou o ministério israelense.
Embora a iniciativa de reconhecer a Palestina esteja avançando, os países estão firmes na condição de que o Hamas não deve ser parte desse reconhecimento. Sir Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista do Reino Unido, enfatizou a necessidade de ver um futuro pacífico para os palestinos, ao mesmo tempo em que pediu pela devolução dos reféns israelenses mantidos pelo Hamas, reforçando sua responsabilidade na situação atual.
Da mesma forma, o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, declarou que deseja reconhecer “as aspirações legítimas e antigas do povo da Palestina por um estado próprio”, mas impôs condições claras para essa formalização. Ele afirmou que “a organização terrorista Hamas não deve ter nenhum papel na Palestina” e que a evolução das relações diplomáticas será avaliada conforme a Autoridade Palestina cumprir seus compromissos de reforma.
A Assembleia Geral da ONU, que ocorre nesta segunda-feira, verá cerca de dez países formalizando sua validação do Estado palestino, marcando assim mais um capítulo em uma narrativa complexa e conturbada.
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