Na noite do dia 22 de setembro, a Reag Capital Holding anunciou uma decisão impactante: a intenção de solicitar o cancelamento voluntário do seu registro como companhia aberta junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Essa escolha, aprovada em assembleia por seus acionistas, é parte de um movimento estratégico para simplificar a estrutura corporativa e concentrar esforços nas áreas onde possui maior vantagem competitiva.
Segundo a empresa, a venda da Reag Investimentos para a Arandu e o entendimento prévio com a Planner referente à Ciabrasf foram determinantes para essa decisão. Como destacado no comunicado, “a manutenção do registro de companhia aberta deixou de fazer sentido”.
“Após a venda da Reag Investimentos para a Arandu e no acordo iniciado da Ciabrasf com a Planner, deixou de fazer sentido a manutenção do registro de companhia aberta junto à CVM”, afirmou a empresa.
Além do cancelamento do registro, o início de setembro trouxe à tona a extinção do conselho consultivo da Reag. A resignação coletiva de seus membros resultou na dissolução deste órgão. A companhia agora informa que as funções anteriormente desempenhadas por esse comitê serão assumidas pelo Conselho de Administração, em uma tentativa de manter a governança e as orientações estratégicas.
Mas os desafios não param por aí. A Reag Investimentos, uma das maiores gestoras independentes do Brasil, foi alvo da Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Receita Federal. O escopo da operação é alarmante: desarticular um esquema de fraudes e lavagem de dinheiro que envolve dezenas de instituições e, supostamente, o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Com R$ 299 bilhões sob gestão, a Reag é uma potência no setor e possui conexões também com a Ciabrasf e seguradoras. A empresa ficou conhecida por patrocinar o cinema Belas Artes em São Paulo, que agora leva o nome “Reag Belas Artes”. Ela estreou na B3 ao adquirir a GetNinjas, marcando assim sua presença significativa no mercado.
A Operação Carbono Oculto, envolvendo diversos segmentos do setor de combustíveis, revela um sistema complexo de ocultação de patrimônio, utilizando fintechs e fundos de investimento. A Receita Federal identificou que, entre 2020 e 2024, foram movimentados mais de R$ 46 bilhões por uma fintech que funcionava como um “banco paralelo”. Esse esquema criminoso utilizava brechas na regulamentação para dificultar o rastreamento de recursos.
A Reag, entretanto, assegura não ter envolvimento em atividades ilegais. A empresa destaca que os fundos mencionados na operação nunca estiveram sob sua administração e que mantém rigorosos controles internos para prevenir a lavagem de dinheiro. Em resposta às investigações, a Reag confirmou a realização de mandados de busca e apreensão em suas instalações, reiterando sua colaboração com as autoridades competentes.
Agora, a Reag Capital Holding ainda está em tratativas para a venda do controle da Reag Investimentos. Validando sua posição no mercado, a holding está discutindo possíveis acordos com interessados independentes, mas sem nenhuma garantia de conclusão das negociações.
Essa saga da Reag Capital é um lembrete das complexidades do mundo corporativo e dos desafios que as empresas podem enfrentar em meio a um ambiente de incertezas e investigações. O que você pensa sobre essa situação? Deixe seu comentário abaixo e participe da conversa.