24 setembro, 2025
quarta-feira, 24 setembro, 2025

Como funciona o processo que pode cassar Eduardo Bolsonaro

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Em uma reviravolta inesperada, a trajetória política de Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, enfrenta um momento delicado. No dia 23 de setembro, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados deu início a um processo que pode culminar na cassação do seu mandato. Este movimento surge após um candidato à liderança da minoria na Câmara, cargo alvo de sua ambição, ter sido barrado pelo presidente da Casa, Hugo Motta.

A crise se aprofunda, pois, segundo denúncias do PT, Eduardo é acusado de agir em defesa das sanções norte-americanas e contra a soberania brasileira enquanto fomenta sua imagem política nos Estados Unidos. As suas atividades no exterior levantam questões sobre sua integridade como parlamentar, embasadas em uma quebra de decoro que preocupa aliados e opositores.

A gravidade das acusações não para por aí. A Procuradoria-Geral da República, sob o comando de Paulo Gonet, investiga Eduardo e o influenciador Eduardo Figueiredo por tentativas de pressionar autoridades brasileiras a favor de uma narrativa política favorável à intervenção estrangeira. Essa estratégia inquietante visa moldar o futuro político do Brasil, ao mesmo tempo em que Eduardo sonha com a presidência em 2026, mesmo sem o apoio do pai, ex-presidente Jair Bolsonaro, alegadamente ligado a um golpe fracassado.

Com 23 faltas registradas nas sessões da Câmara, Eduardo enfrenta uma situação crítica, uma vez que a Constituição prevê a perda do mandato para quem não comparece a um terço das reuniões. Este cenário torna evidente que ele deverá gerenciar sua imagem cuidadosamente diante do crescente descontentamento e questionamentos sobre sua legitimidade.

Mas como ocorre a cassação? Segundo os trâmites do Congresso, a perda de mandato precisa ser solicitada por parlamentares ou partidos e aprovada pela Mesa Diretora. O processo aberto recentemente no Conselho de Ética, porém, poderá seguir um caminho mais rápido, com um relatório a ser elaborado em dois meses. Esse relatório será fundamental para a decisão final da Câmara, que será feita em votação secreta e necessita da maioria absoluta.

Historicamente, os casos de cassação têm diverse raízes. Um exemplo notório inclui a cassação do ex-deputado Chiquinho Brazão, que perdeu seu mandato devido ao número excessivo de ausências relacionadas a uma prisão preventiva. Ele se tornou um símbolo das consequências da falta de comparecimento sem justificativa válida.

Eduardo Bolsonaro, portanto, caminha em um território minado, onde cada movimento pode ser decisivo em sua carreira política. A cassação de um deputado não é um mero evento, mas sim um marco que ecoa através da história política do Brasil. A primeira cassação registrada ocorreu em 1949, quando Edmundo Barreto Pinto foi despojado de seu cargo devido a um escândalo público que abalou os pilares do decoro parlamentar.

Este contexto levanta questões sobre o futuro de Eduardo e de sua atuação política. Resta saber se ele conseguirá contornar essa tempestade e o que isso significará para a política brasileira nos próximos anos. E você, o que pensa sobre essa situação? Deixe seus comentários e participe desta discussão!

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