Brasil terá duas novas companhias aéreas regionais até janeiro

Pacote inclui crédito bilionário, leilão no Porto de Santos e obras em aeroportos – Foto: Will Recarey

O setor de transporte aéreo brasileiro se prepara para uma revolução em 2026, com a chegada de duas novas companhias aéreas focadas em rotas regionais. Essa novidade foi anunciada pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, durante uma entrevista ao videocast C-Level, da Folha de S. Paulo.

A Total Linhas Aéreas, atualmente dedicada ao transporte de cargas, será a primeira a operar voos regionais de passageiros. A segunda companhia, que está em fase de estruturação, será 100% nacional e totalmente voltada para a aviação regional, com investimento de empresários brasileiros. “Acreditamos na necessidade de aumentar a competitividade e a conectividade”, destacou Costa Filho.

Para impulsionar essa expansão, o governo lançou o Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), disponibilizando R$ 4 bilhões em crédito via BNDES. Esta é a primeira linha de financiamento exclusiva para o setor aéreo no país. O objetivo é facilitar a compra de aeronaves da Embraer, com a expectativa de abrir espaço para novas companhias aéreas de baixo custo no Brasil.

Hoje, a frota nacional da Embraer representa apenas 12% dos aviões em operação no território brasileiro, enquanto a fabricante é amplamente utilizada em outros países. Latam, Gol e Azul já estão em negociações para adquirir até 60 aeronaves regionais, reconhecendo o potencial de crescimento e a importância de uma aviação regional robusta.

Além das novidades na aviação, o governo anunciou um leilão para o megaterminal de contêineres T10, localizado no Porto de Santos, programado para a segunda quinzena de dezembro. O Ministro afirmou estar favorável à democratização do leilão, ressaltando a importância de evitar a concentração de mercado entre as empresas participantes.

Na aviação comercial, a repactuação da concessão do Galeão, no Rio de Janeiro, está em andamento. O contrato entre a Vinci e a Changi deverá ser assinado até 30 de outubro, com a previsão de conclusão do processo em novembro.

O governo também aposta no Programa Ampliar, que prevê investimentos de R$ 2 bilhões para modernizar 19 aeroportos regionais. Em Congonhas (SP), estão programados R$ 2,5 bilhões para melhorar a infraestrutura, reduzir a saturação e asegurar os voos. Como alternativa para aliviar o tráfego aéreo, o uso do aeroporto Catarina, a 70 km da capital paulista, e a ampliação do terminal de Olímpia, no interior do estado, estão sendo estudados.

Com tais iniciativas, o foco do governo é garantir maior conectividade entre capitais e cidades médias, especialmente no Norte e Nordeste, regiões que atualmente enfrentam um déficit em voos. “Acredito que a aviação brasileira viverá um ciclo de fortalecimento nos próximos anos”, finalizou o ministro Costa Filho.