O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou, nesta segunda-feira (29/9), que está otimista em relação ao encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump a respeito do tarifaço norte-americano, mas que ainda não há informações sobre data e formato da conversa.
“Não tem ainda informação sobre a data e o tipo do encontro, mas entendo que ele é um passo importante para a gente poder avançar”, declarou Alckmin, em entrevista à rádio CBN.
Segundo mostrou o Metrópoles, na coluna Igor Gadelha, fontes do Ministério das Relações Exteriores avaliam que um encontro em território neutro reduziria a exposição de Lula a possíveis “imprevisibilidades” de Trump.
Porém, ainda existe a possibilidade de que a conversa entre as duas autoridades não seja presencial, mas por telefone ou videoconferência, e que apenas depois disso seja marcado um encontro presencial.
“Nós estamos otimistas. Eu acho que a conversa já vem de alguns meses”, disse Alckmin ao relembrar a ordem executiva do governo dos EUA que excluur a celulose do Brasil da lista de produtos submetidos ao tarifaço comercial.
Anúncio na ONU
O encontro entre os dois presidentes foi anunciado por Trump em discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, na terça-feira (23/9).
Depois de um breve encontro entre os dois, o líder norte-americano elogiou o petista na tribuna da ONU.
Segundo Trump, eles se abraçaram e confirmaram que vão conversar “na semana que vem” para discutir as tarifas impostas ao Brasil. Em aceno, e em meio a risadas, Trump disse que gosta de Lula e que “só faz negócios com gente de quem ele gosta”.
O encontro ocorreu logo depois do discurso de abertura de Lula na ONU. O Brasil é o primeiro a discursar nas Nações Unidas desde 1955, à exceção das assembleias de 1983 e 1984. Na sequência, iniciou-se o discurso do presidente norte-americano, anfitrião da Assembleia Geral da ONU.
O aceno de Trump a Lula acontece em meio à guerra tarifária travada entre os dois países. Em abril, o presidente norte-americano aplicou uma alíquota padrão de 10% para os produtos importados da América Latina. Já em julho, o líder da Casa Branca ampliou a alíquota de 50% apenas para os itens brasileiros, em decorrência do que ele chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em reação a essa medida, Lula informou que vai aplicar a Lei da Reciprocidade Econômica, que autoriza o Brasil a adotar ações comerciais em resposta a medidas unilaterais de outras nações ou blocos econômicos.