2 outubro, 2025
quinta-feira, 2 outubro, 2025

Tiro de airsoft e brigas expõem violência em escola pública de Diadema

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A Escola Estadual João Ramalho, em Diadema, na Grande São Paulo, tem enfrentado uma série de casos de violência recentemente. Em setembro, um dos episódios virou caso de polícia, depois que um estudante levou uma arma de airsoft para a unidade e atirou no teto da sala de aula.

Um vídeo publicado nas redes sociais mostra quando o aluno de 17 anos levanta da carteira, aponta a arma para cima, e dispara dentro da sala, no dia 2 de setembro. O tiro quebra uma lâmpada, que cai no chão. Ao fundo da imagem, uma adolescente parece se assustar com o barulho.

Veja:

A Secretaria de Estado da Educação afirma que a arma era de airsoft — jogo que simula situações de combate — e diz que a direção da escola acionou imediatamente a ronda escolar, que teria apreendido o simulacro. O Metrópoles apurou, no entanto, que o caso só foi descoberto pela gestão da unidade quando a gravação da cena veio à tona, dias depois.

A informação foi confirmada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). “A diretora da escola compareceu à delegacia dois dias após o ocorrido e relatou que tomou conhecimento do caso após as imagens serem publicadas em uma rede social, mostrando o estudante apontando o objeto para uma luminária”, afirma a pasta, em nota.

A SSP também não tem registro de apreensão da arma e investiga o caso como porte ilegal de arma de fogo de uso permitido no 1° Distrito Policial de Diadema. Segundo a Secretaria da Educação, os responsáveis pelo estudante foram convocados e o aluno foi afastado por sete dias. A família teria se comprometido ainda a pagar pela lâmpada quebrada.

Brigas e agressões

No mesmo mês do disparo, duas brigas entre outros estudantes também deixaram a comunidade escolar em alerta. Uma delas, no pátio do colégio, envolveu pelo menos cinco alunos. Em um vídeo publicado nas redes sociais é possível ver o momento em que uma funcionária da escola cai no chão enquanto tenta separar os estudantes.

Uma imagem recebida pelo Metrópoles também registrou dois alunos trocando agressões em frente à escola. A dupla precisou ser separada por adultos em outra data.

Veja as cenas das duas brigas:

Uma funcionária com quem o Metrópoles conversou, e que não quis se identificar por receio de represálias, disse que os trabalhadores da unidade estão preocupados com os casos.

“A gente vê noticiários do que já aconteceu em outras escolas e fica apreensivo, tem medo.”

Mãe de uma aluna que estuda no colégio, Helen Estevam diz que as brigas não acontecem sempre, e que a direção da escola tenta orientar os pais sobre o tema nas reuniões, mas que “é difícil controlar adolescente”.

“Eles fazem até rede social para organizar a briga”, conta a dona de casa. O Metrópoles também ouviu de um funcionário da escola a informação de que algumas brigas estariam sendo organizadas pelas redes. Segundo ele, no entanto, o perfil em que as agressões eram combinadas foi desativado.

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Escola em Diadema tem quase 2 mil alunos

Jessica Bernardo / Metrópoles

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E.E. João Ramalho fica no centro de Diadema

Jessica Bernardo / Metrópoles

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E.E. João Ramalho

Jessica Bernardo / Metrópoles

Proprietária de uma floricultura ao lado da escola e mãe de uma estudante da unidade, Cecília de Souza diz que, apesar dos casos recentes, o colégio não é violento no geral e que há escolas piores.

“Briga toda escola tem, mas falar que ela foge do padrão, não foge. […] Tem muita escola muito pior aqui em Diadema e tem escola particular pior que essa”, afirma.


Outro lado

  • Em nota, a Secretaria da Educação diz que todas as ocorrências foram registradas na plataforma do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva-SP). “Desde então, a escola tem promovido ações preventivas por meio de rodas de conversa e atividades pedagógicas sobre comunicação não violenta e cultura de paz.”
  • A pasta diz que os pais dos estudantes envolvidos em episódios de brigas foram convocados para orientações sobre a conduta dos filhos e assinatura de termo de responsabilidade.
  • A gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirma, ainda, que a Unidade Regional de Ensino (URE) — antiga Diretoria Regional de Ensino — de Diadema realizou mudanças na gestão da unidade e permanece à disposição da comunidade escolar para eventuais esclarecimentos

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