2 outubro, 2025
quinta-feira, 2 outubro, 2025

Após ser baleado, empresário é preso acusado de tentativa de roubo

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PRESO POR ENGANO

Homem ficou 14 dias na penitenciária; solto ele ainda precisa provar inocência

Redação

Por Redação

01/10/2025 – 23:21 h

Empresário já baleado em farmácia

Empresário já baleado em farmácia –

Um empresário, de 27 anos, passou por uma verdadeira reviravolta após ser atingido por uma bala perdida em Fortaleza. Baleado em uma das mãos enquanto encerrava o expediente de um dos seus estabelecimentos, Francisco Henrique Santos de Almeida foi preso durante o atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Cristo Redentor.

Ele foi apontado como sendo um dos criminosos envolvidos em uma tentativa de latrocínio, no dia 9 de setembro. Na tarde desse dia, policiais perseguiram suspeitos de uma série de assaltos e trocaram tiros com eles na Avenida Leste-Oeste, por volta das 16h. Horas mais tarde, por volta das 18h50, Henrique foi baleado na mão enquanto estava na calçada da rua Beta, no bairro Vila Velha, distante da cena do confronto.

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Sem saber que era confundido com um dos assaltantes, ele buscou atendimento médico. No entanto, ao dar entrada na UPA, por volta das 20h, acabou preso em flagrante sob acusação de envolvimento na tentativa de latrocínio registrada horas antes.

Evidências desmontam acusação

Henrique é proprietário de três galeterias espalhadas por Fortaleza. No dia do crime, ele foi filmado em diversos locais entre 16h e 19h, todos os registros mostrando que estava ileso e longe da cena do tiroteio com a polícia.

Os advogados Rayssa Mesquita e Teodorico Menezes, advogados de defesa do empresário, destacaram que as câmeras de segurança e a cronologia desmontam a acusação de que Henrique teria participado dos assaltos e do tiroteio anterior.

Na hora da tentativa de roubo, Henrique aparece em um estacionamento

Na hora da tentativa de roubo, Henrique aparece em um estacionamento | Foto: Reprodução

Cronograma

  • 16h: Henrique estaria encerrando o expediente em uma galeteria no bairro Jardim das Oliveiras.
  • 17h53 e 18h11: Aparece sem ferimentos em um estacionamento na Av. Tristão Gonçalves, no Centro.
  • 18h50: É baleado na rua Beta, Vila Velha, segundo a defesa, vítima de uma bala perdida.
  • 19h12: É filmado com curativo na mão esquerda em uma farmácia próxima.
  • 20h: Vai para a UPA do Cristo Redentor, acompanhado do sócio Carlos Dyego Almeida.
  • 21h48: Recebe voz de prisão na unidade de saúde.

Prisão em cela superlotada e condições desumanas

Durante os 14 dias em que ficou detido, Henrique foi levado ao Complexo Penitenciário de Aquiraz, onde chegou a dividir cela com cerca de 45 presos. Ele relata ter dormido em pé por dias e enfrentado péssimas condições de higiene e atendimento médico.

“Foi o maior sofrimento que vivi em 27 anos. Passei por uma situação desumana. Dormia em cima de pedra, com presos entrelaçando as pernas por falta de espaço. Só tínhamos um short e uma camisa. Precisávamos lavar e vestir a roupa ainda molhada”, contou Henrique.

Durante o período na prisão, ele desenvolveu uma infecção na mão ferida, agravada pela falta de tratamento adequado. Só conseguiu receber medicamentos após intervenção dos advogados. Também perdeu o aniversário de 5 anos da filha, que vinha planejando há meses. “Nada vai reparar o que vivi. Não desejo isso nem ao meu pior inimigo”, afirmou o empresário.

Reconhecimento falho e liberdade concedida

De acordo com os policiais, a vítima da tentativa de latrocínio teria reconhecido Henrique como um dos autores. No entanto, a defesa questiona o procedimento. Segundo a advogada Rayssa, o reconhecimento foi feito sem o devido protocolo e o empresário teria sido identificado de forma isolada, sem comparação com outras pessoas com características semelhantes.

Na audiência de custódia, realizada em 11 de setembro, a Justiça converteu a prisão em flagrante para prisão preventiva. Junto com Henrique, dois outros homens também foram detidos. Um deles afirmou ser motorista de aplicativo e alegou que foi forçado pelos criminosos a dirigir o carro usado nos assaltos. Este motorista ainda reforçou que Henrique não estava entre os envolvidos.

Após nova análise do caso, no dia 23 de setembro, a 3ª Vara Criminal de Caucaia concedeu o relaxamento da prisão, reconhecendo que a detenção foi ilegal. Henrique foi liberado no dia seguinte.

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Processo ainda não acabou

Apesar da liberdade, o pesadelo de Henrique ainda não chegou ao fim. O Ministério Público do Ceará (MPCE) o denunciou formalmente junto com os outros dois suspeitos, que permanecem presos. A defesa agora trabalha para que a Justiça rejeite a acusação e declare a absolvição sumária do empresário, com base nas provas que demonstram que ele sequer esteve no local dos crimes. Os advogados esperam que a denúncia seja arquivada nas próximas etapas do processo.

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