Retomada da visitação ocorre em meio aos preparativos para a inauguração oficial do Grande Museu Egípcio, no Cairo, marcada para 1º de novembro
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Turista visita o túmulo do Rei Amenhotep III no Vale dos Reis, perto da cidade de Luxor, em 4 de outubro de 2025, após sua abertura oficial ao público após quase duas décadas de trabalhos de restauração e manutenção apoiados pela UNESCO e pelo governo japonês
O Egito reabriu ao público, no sábado (4), a tumba do faraó Amenhotep III, localizada na cidade de Luxor, no sul do país, após mais de duas décadas de reformas. A retomada da visitação ocorre em meio aos preparativos para a inauguração oficial do Grande Museu Egípcio, no Cairo, marcada para 1º de novembro.
Amenhotep III, conhecido como Amenhotep, o Grande, governou o Egito entre 1390 a.C. e 1350 a.C., durante a 18ª dinastia, considerada uma das mais prósperas da história do Antigo Egito. A tumba, situada no Vale dos Reis, foi descoberta em 1799 e teve seu conteúdo saqueado, incluindo o sarcófago do faraó, segundo o Conselho Supremo de Antiguidades do Egito.
O projeto de restauração foi realizado em três fases, ao longo de duas décadas, com cooperação técnica do Japão. As obras incluíram a renovação das pinturas murais que retratam o faraó e sua esposa, a rainha Tiye, além de intervenções estruturais e de preservação. “É uma tumba muito fascinante”, afirmou Mohamed Ismail, secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades, à Associated Press. “Ela mantém a moldura da caixa do sarcófago original, com a tampa posicionada no local onde estaria o corpo.”
A tumba possui uma passagem inclinada de 36 metros de comprimento e 14 de profundidade, levando à câmara principal e a duas câmaras secundárias destinadas às esposas do faraó, Tiye e Sitamun. As paredes trazem pinturas e inscrições do “Livro dos Mortos”, coleção de textos religiosos que orientava os mortos no caminho pelo submundo.
A múmia de Amenhotep III, fortemente danificada, foi transferida por sacerdotes para a tumba de seu avô, Amenhotep II, também no Vale dos Reis. Hoje, ela está exposta no Museu Nacional da Civilização Egípcia, ao lado de outras 16 múmias de reis e rainhas. A reabertura da tumba e a inauguração do novo museu fazem parte dos esforços do governo egípcio para revitalizar o turismo, um dos principais motores econômicos do país, que ainda se recupera da crise provocada pela instabilidade política após a revolta de 2011.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Sarah Paula