O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quinta-feira (16/10) que o Brasil voltou a ter diálogo com os Estados Unidos e que pretende discutir minerais críticos com o governo norte-americano durante encontro do G7, no Canadá, no final do mês. De acordo com Silveira, ele vai buscar convergências na reunião com o secretário de Energia de Donald Trump, Chris Wright, para angariar investimento para a exploração de minerais críticos no Brasil.
“Vamos discutir minerais críticos, convergências entre o que temos de minerais, e o capital americano para explorar os minerais. Porque queremos desenvolver a cadeia mineral no Brasil, não apenas a exploração, mas trazendo para o Brasil também inteligência”, disse o ministro.
Silveira citou a reunião entre o chanceler do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que ocorreu nesta quinta em Washington, para discutir sobre as tarifas e sanções norte-americanas. Segundo o ministro, “voltamos à normalidade do multilateralismo no mundo”.
“Abre uma janela de oportunidade muito grande para que a gente, nessa área, possa ter sinergia. É uma primeira conversa. É um passo importante, fundamental. Queremos sair de lá com uma visão clara dos interesses dos países para achar convergência”, completou Silveira.
As declarações foram dadas após a primeira reunião do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM), que ocorreu na sede do Ministério de Minas e Energia, em Brasília. O órgão foi criado ainda em 2022, no governo de Jair Bolsonaro (PL), mas não tinha sido instalado até esta quinta.
A decisão política de ativá-lo foi tomada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para criar uma estratégia sobre a exploração de minerais críticos e estratégicos, justamente com o aumento da atenção dos Estados Unidos e da China por esses materiais. A abertura oficial dos trabalhos do órgão contou com a presença do presidente.
Como antecipou o Metrópoles, o governo também vai criar um novo conselho dedicado exclusivamente a minerais críticos, com o objetivo de assessorar o presidente na formulação de políticas para esse setor.
“O caminho que o presidente nos orientou é seguir no diálogo com todos os países, inclusive com os EUA, para que a gente atraia investimentos para o Brasil de forma adequada”, disse Silveira após o encontro.
Além do MME, fazem parte do Conselho os ministérios: da Casa Civil; do Gabinete de Segurança Institucional; de Relações Exteriores; da Agricultura e Pecuária; da Ciência, Tecnologia e Inovação; da Integração e do Desenvolvimento Regional; da Fazenda; do Planejamento e Orçamento; do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; dos Transportes; de Portos e Aeroportos; do Meio Ambiente e Mudança do Clima; dos Povos Indígenas; da Justiça e Segurança Pública; do Trabalho e Emprego; do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar; além do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM).