A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga um golpe milionário aplicado por um assessor comissionado do Tribunal de Justiça (TJRS). Batizada de Operação Muy Amigo, a ação foi deflagrada na sexta-feira (17/10) em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e mira um esquema que teria causado prejuízo estimado em R$ 10 milhões a colegas e conhecidos do servidor.
Segundo as investigações, o suspeito convencia as vítimas, ao menos cinco colegas de uma vara judicial da Capital e cinco pessoas de um clube social, a investir em uma empresa supostamente envolvida em licitações públicas. Em troca, ele prometia retornos anuais de 30% a 50%, garantindo lucros altos e rápidos.
Nos primeiros meses, as vítimas chegaram a receber parte dos rendimentos, o que aumentou a confiança no investimento. No entanto, os pagamentos cessaram subitamente, e o assessor desapareceu com o dinheiro.
As apurações indicam que o crime tem características típicas de pirâmide financeira, com indícios de estelionato e associação criminosa. Nesta sexta, foram cumpridas duas ordens judiciais para apreensão de documentos e dispositivos eletrônicos usados na aplicação dos golpes.
O que diz o Tribunal de Justiça
Em nota, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul confirmou que o servidor foi afastado de suas funções após o avanço das investigações e a deflagração da operação.
“As medidas cabíveis estão sendo providenciadas para a exoneração do servidor envolvido. Quando ocorreu a contratação, foram exigidos os documentos previstos nas Resoluções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).”
O TJRS ressaltou ainda que, conforme as apurações da Polícia Civil, os atos praticados não têm relação com as atividades funcionais do assessor, mas que, “diante da gravidade do caso, o desligamento foi decidido por precaução”.