
A expectativa em torno da CPI que investiga possíveis fraudes na comercialização de habitações sociais em São Paulo atinge seu ponto culminante. Nesta terça-feira (21/10), a comissão se prepara para ouvir Alexandre Lafer Frankel, presidente da Vitacon, uma construtora sob intensa suspeita de irregularidades nas vendas de Habitações de Interesse Social (HIS) e Habitações de Mercado Popular (HMP). Embora tenha solicitado um novo agendamento para o depoimento, suas ausências nas primeiras sessões elevaram ainda mais as suspeitas.
A Vitacon, em resposta às acusações, afirmou estar em conformidade com a legislação vigente e que a CPI abrange não apenas a sua atuação, mas todos os projetos do tipo em São Paulo. No entanto, a empresa se encontra no olho do furacão, sendo considerada por comissão e especialistas uma das principais responsáveis por fraudar a política habitacional destinada a famílias de baixa renda.
As intersecções entre a Vitacon e a Housi, outra marca comandada por Frankel, complicam ainda mais o cenário. Enquanto a Vitacon se dedica à construção de unidades HIS e HMP, a Housi administra propriedades para aluguel temporário, o que levanta questionamentos sobre a legalidade dessas operações. Informações de fontes do Metrópoles indicam que a Housi também ofereceu seus serviços para proprietários de unidades classificados como HIS e HMP, criando um panorama confuso e potencialmente ilegal.
Numa reveladora conversa, um proprietário de uma unidade da Vitacon em Moema revelou que seu imóvel foi abruptamente removido das plataformas de aluguel. A justificativa recebida via WhatsApp foi explícita: “imóveis classificados como HIS ou HMP não estão sendo operados nas plataformas da Housi, em razão de restrições legais aplicáveis”. Esse movimento é visto por membros da CPI como um resultado direto das investigações em curso.
Nabil Bonduki, vice-presidente da CPI, destaca que a nova postura da Housi reflete a pressão exercida pela comissão. Ele menciona denúncias de compradores que se sentem enganados devido à falta de transparência sobre as limitações de seus imóveis. “Essas reações mostram que as pessoas estão começando a se manifestar, e isso, de certa forma, valida nosso trabalho”, afirma o vereador, reforçando que o depoimento de Frankel deve proporcionar clareza nesse intrincado processo.
A história das HIS e HMP é marcada por intenções de promover moradias acessíveis em áreas estratégicas, como próximas a estações de metrô. Contudo, o que se viu nos últimos anos foram relatos de desvios que comprometem a integridade do sistema. As soluções habitacionais originais, propostas para atender famílias de baixa renda, se tornaram alvo de fraudes, levando o Ministério Público a criticar a ineficiência da prefeitura em combatê-las, apesar das notificações e multas aplicadas a empreendimentos suspeitos.
O desenrolar deste caso promete provocar debates acalorados e, quem sabe, trazer à tona mudanças significativas nas leis que regem o setor. Você, o que pensa sobre essa situação? Deixe seu comentário abaixo e participe desta discussão essencial sobre uma questão tão relevante para a sociedade.