
No dia 21 de novembro, um capítulo doloroso na história do Flamengo alcançou um desfecho que deixou muitos perplexos. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro absolveu todos os 11 réus envolvidos no incêndio trágico que, em 8 de fevereiro de 2019, ceifou a vida de dez adolescentes da base do clube. A decisão do juiz Tiago Fernandes de Barros, da 36ª Vara Criminal da Capital, foi clara: o inquérito da Polícia Civil não apresentou provas suficientes para uma condenação.
O juiz destacou que não foi possível estabelecer um nexo causal entre as ações dos acusados e o incêndio. Entre os réus estava o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, e outros diretores do clube. Embora sete réus tenham sido absolvidos na data da sentença, quatro já haviam recebido sentenças favoráveis em decisões anteriores. Barros enfatizou que a acusação apresentada pelo Ministério Público foi abrangente demais, não individualizando as responsabilidades.
Sobre a tragédia, Barros recordou que a simples constatação das falhas não diminui a dor das famílias envolvidas, mas reiterou que o Direito Penal não pode traduzir a complexidade sistêmica em culpa individual. A defesa de uma das empresas implicadas aplaudiu a decisão e criticou a acusação por carecer de fundamentos técnicos.
A fatalidade ocorreu em um alojamento de contêineres dentro do centro de treinamento do Flamengo. Um incêndio, iniciado a partir de um aparelho de ar-condicionado, se alastrou rapidamente devido à natureza inflamável da estrutura. Na ocasião, o local não possuía alvará de funcionamento, conforme a Prefeitura do Rio. Após o incidente trágico, dez jovens, com idades entre 14 e 16 anos, perderam a vida e três ficaram feridos, enquanto dezesseis conseguiram escapar.
As vítimas foram Athila Paixão (14), Arthur Vinícius (14), Bernardo Pisetta (14), Christian Esmério (15), Gedson Santos (14), Jorge Eduardo Santos (15), Pablo Henrique (14), Rykelmo de Souza (16), Samuel Thomas Rosa (15) e Vitor Isaías (15). Diante da decisão considerada injusta, os familiares dos jovens já se articulam para recorrer a instâncias superiores, buscando justiça por essa tragédia que ainda ecoa nas memórias e corações de muitos.
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