
Você já se perguntou por que, mesmo cortando calorias e se esforçando nos treinos, o espelho parece não refletir o seu esforço? A frustração pode ser profunda, mas a resposta pode estar além da dieta ou do plano de exercícios. O nutricionista funcional Diogo Cirico aponta um verdadeiro inimigo oculto: o estresse.
“Não se trata de falta de força de vontade, é uma questão de química cerebral”, explica Cirico. O estresse crônico não é só um desafio emocional, mas um sabotador eficaz do emagrecimento, desencadeando reações biológicas que descompassam todo o organismo. “Ele sequestra seu metabolismo, fazendo com que o corpo armazene gordura em vez de queimá-la”, alerta.
Nesse cenário, a rotina agitada e as pressões cotidianas elevam os níveis de cortisol, o “hormônio do estresse”. O resultado é uma cilada: aumento do apetite e uma eficiência absurda do corpo em guardar energia. Segundo Cirico, isso gera uma dinâmica perturbadora — com mais comida e menos gasto energético, o corpo acumula gordura.
Esse ciclo vicioso se intensifica: ganhar peso traz mais ansiedade, o que leva a um acúmulo ainda maior de gordura. “Quando o estresse atinge níveis extremos, o corpo acaba se colapsando”, continua o especialista. A exaustão transforma a prática esportiva em um fardo, enquanto a falta de energia resulta em sedentarismo, agravando o quadro metabólico.

Outro efeito traiçoeiro do estresse é a “fome hedônica”, que surge como um chamado irresistível por doces, massas e frituras, mesmo quando não se está realmente faminto. “O corpo busca alívio e o açúcar ativa a liberação de dopamina, trazendo prazer momentâneo”, comenta Cirico. Contudo, essa sensação é efêmera, e logo vem a culpa, reiniciando o ciclo compulsivo.
Esse padrão é o que muitos interpretam como “vício em açúcar”. O cortisol, juntamente com outros neurotransmissores, exacerba o desejo por conforto ao invés de verdadeira nutrição. Para quebrar esse ciclo, Cirico enfatiza que não existem soluções milagrosas. A chave está em desarmar a bomba do estresse por meio de hábitos sustentáveis e abrangentes.
Ele sugere adotar uma alimentação rica em ingredientes in natura, variando frutas, vegetais e grãos, e reduzindo a ingestão de açúcar, álcool, sal e gorduras saturadas. A hidratação, segundo ele, também é essencial para o bem-estar geral.
O aspecto mais crucial, no entanto, é cuidar da saúde mental. “Terapia, exercícios regulares, bons hábitos e dedicar tempo de qualidade às pessoas que amamos são fundamentais para reconquistar o equilíbrio do metabolismo”, finaliza Cirico.
Em suma, cuidar da mente é a dieta mais eficaz que existe. E você, o que tem feito para cuidar do seu bem-estar? Compartilhe suas experiências nos comentários!