26 outubro, 2025
domingo, 26 outubro, 2025

Um tripé diabólico (por Mary Zaidan)

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Em um momento de reflexão, o presidente Lula demonstra um acerto ao corrigir sua afirmação sobre traficantes serem vítimas de usuários, proferida durante uma entrevista em Jacarta. A essência de sua declaração revela uma verdade inegável: não existe traficante sem consumidor. Nesse mesmo contexto, uma outra frase gerou polêmica e atenção menor, mas que merece reflexão: Lula admite que sua gestão é direcionada por uma preocupação constante com a reeleição.

“Daqui a quatro anos, teremos novos rostos nas eleições. Quero deixar o país preparado”, disse ele, ao confirmar a candidatura para um quarto mandato. Porém, em outro trecho, deixou claro que o foco na reeleição faz parte da sua estratégia. Essa transparência, embora corajosa, reflete a triste realidade da política brasileira: a busca incessante pelo perpetuar no poder.

Ao expor essa lógica, Lula acaba por se auto-encurralar, ao reconhecer que seu governo está mais preocupado com a permanência no cargo do que com a efetiva melhoria do país. O fato de um presidente justificar sua eventual reeleição como um objetivo central suscita preocupações sérias sobre a moralidade de sua liderança e de outras como a dele, levando a questionamentos sobre a eficácia do seu governo e do futuro do Brasil.

Vale ressaltar que o debate não se resume apenas ao instituto da reeleição, mas sim a uma cultura política arraigada onde o uso da máquina pública visa a auto-preservação e a promoção de interesses pessoais. A história recente está repleta de governantes que, mesmo sem possibilidade de reeleição, empenham-se na conquista de sucessores, como foi o caso de Dilma Rousseff, que deve sua eleição a articulações de apoio político.

Aliado a esse déficit moral, encontramos a corrupção, que se torna quase banal em nossa sociedade. Expressões como “rouba, mas faz” perdem seu peso diante da normalização dessa conduta. Os vínculos entre política e corrupção se estreitam cada vez mais, com alocação de recursos públicos sendo feita sem a devida transparência. Emendas secretas e licitações fantasmas se tornaram parte do cotidiano, enquanto o Supremo Tribunal Federal se vê envolvido em polêmicas que reforçam práticas como o nepotismo.

A recente aprovação de leis que buscam anistiar crimes políticos e os esforços para blindar aqueles que ocupam cargos públicos representam uma preocupante tendência de normalização do escárnio. É alarmante ver que condutas antes inaceitáveis estão se tornando comuns, indicando um cenário onde a ética é colocada de lado em favor de interesses pessoais e políticos.

É hora de refletirmos sobre o futuro que queremos para o Brasil. O que está em jogo não é apenas nosso presente, mas as estruturas que moldarão o amanhã. Como você vê essa situação? Compartilhe seus pensamentos nos comentários e vamos juntos fomentar uma discussão aberta sobre o futuro do nosso país.

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