
Para quem sonha em comandar uma cozinha de sucesso, a trajetória não é feita apenas de receitas perfeitas, mas de dedicação, aprendizado e, inevitavelmente, de tombos. Essa foi a mensagem que o renomado chef Henrique Fogaça compartilhou durante sua inspiradora participação na quarta edição do Metrópoles Talks, realizada no Teatro Bravos, em São Paulo. Ele, que se destacou não apenas pela cozinha, mas também por seu carisma, contou sua jornada marcada por desafios e resiliência.
Natural de Piracicaba, Fogaça lembra que seu primeiro contato com a gastronomia aconteceu por meio de conversas telefônicas com a avó, enquanto trabalhava em um banco e vivia de refeições congeladas. O simples bife do primeiro dia foi o início de uma paixão que rapidamente se transformou em uma carreira. “Depois daquela experiência, nunca mais parei de cozinhar”, revelou, despertando a empatia do público presente.
Após abandonar o emprego bancário, ele aventurou-se em um foodtruck com seu ex-cunhado, uma empreitada que, apesar de não ter prosperado, serviu como trampolim para sua carreira na gastronomia. “Eu tinha uma lancheirinha e batia perna em lojas de conveniência, ouvindo ‘não’ o tempo todo”, relatou, enfatizando que os reveses foram apenas um aprendizado no caminho do sucesso.
“Aquele primeiro ‘não’ não pode ser motivo para desistir; se você desiste, não está preparado para a vida”, observou Fogaça, oferecendo um ensinamento poderoso aos presentes.
Comandante do Sal Gastronomia, que foi destacado no Guia Michelin de 2025, Fogaça valoriza a simplicidade na comida. Seu prato predileto é um verdadeiro símbolo da culinária brasileira: arroz, feijão, bife, farofa e vinagrete. “O tempero mais democrático é o sal, um elemento que todo mundo tem em casa”, disse ele de maneira descontraída, reforçando sua opinião de que a boa comida deve ser simples e gostosa.
“A comida deve ser feita com amor e simplicidade”, concluiu o chef, que é também um amante do rock e das tatuagens.
A visão de Fogaça sobre seu papel mudou ao perceber que ser chef envolve muito mais do que cozinhar: é gerenciar, abastecer e cuidar de um espaço que produz deleites culinários. “Aprendi a aceitar esse título ao compreender as múltiplas responsabilidades que a função exige”, explicou.
Apesar da intensa rotina, seu papel como pai de três filhos é igualmente fundamental. Fogaça destaca o filho João, de 17 anos, como um possível herdeiro na cozinha e enfrenta as batalhas da filha Olívia, que convive com uma síndrome rara ainda sem diagnóstico. “Olívia me escolheu como pai, e eu sou seu protetor”, disse ele, refletindo sobre a importância de estar presente em suas vidas.
“O uso do óleo de cannabis melhorou muito a qualidade de vida da Olívia, e a sociedade ainda precisa entender isso”, desabafou, mencionando sua luta por um melhor entendimento sobre a cannabis medicinal.
Para se manter forte diante das adversidades, Fogaça investe no autocuidado, equilibrando trabalho, paternidade e saúde mental. “A cabeça tem que estar sempre ativa; ler, praticar esportes, tudo isso ajuda a manter a mente jovem”, aconselhou, mostrando que, para ele, o envelhecimento é muito mais uma questão de mentalidade do que de idade física.
O Metrópoles Talks, um espaço onde mentes brilhantes compartilham experiências, continua a trazer convidados impactantes. Em edições anteriores, figuras como Ingrid Guimarães e Deborah Secco estiveram presentes. Em breve, em novembro, a modelo e apresentadora Fernanda Lima é a próxima a ocupar o palco, prometendo mais diálogos enriquecedores.
Se você compartilha a paixão pela cozinha ou tem seus próprios desafios de vida, deixe seu comentário! Como você lida com os tombos no caminho?