O cenário migratório nos Estados Unidos está prestes a passar por uma transformação significativa. Em um anúncio recente, o governo revelou que o número de refugiados a serem admitidos em 2026 será drasticamente reduzido para apenas 7.500 pessoas — o menor registro na história desse programa que uma vez foi um farol de esperança para muitos. Essa mudança não apenas redefine a política migratória do país, mas também marca um afastamento de tradições que, durante décadas, acolheram aqueles que fugiam de guerras e perseguições.
Segundo o memorando da Casa Branca, a maioria das vagas será destinada a africanos brancos sul-africanos, conhecidos como afrikaners. Este grupo, segundo o documento, seria alvo de discriminação em seu país. Contudo, essa justificativa gerou um forte debate, especialmente considerando as complexidades históricas que cercam a questão racial na África do Sul.
Sob a administração de Joe Biden, os EUA chegaram a receber mais de 100 mil refugiados anualmente, refletindo um compromisso com os direitos humanos. No entanto, o retorno de Donald Trump ao poder e seu subsequente corte no programa aponta para uma nítida ruptura. Desde então, houve uma suspensão no Programa de Admissão de Refugiados e a extinção do Status de Proteção Temporária (TPS) para diversos grupos, incluindo afegãos e venezuelanos.
A justificativa de Trump para essa drástica mudança foi a alegação de que os afrikaners enfrentam uma “situação terrível” na África do Sul, mencionando até um “genocídio”, uma afirmativa contestada por especialistas e pela própria administração sul-africana. Em resposta a essa nova política, organizações de direitos humanos manifestaram severas críticas. Aaron Reichlin-Melnick, do Conselho Americano de Imigração, descreveu a situação como uma “decepção” para um programa que deveria ser um símbolo de humanitarismo.
Atualmente, brancos representam cerca de 7,3% da população sul-africana, mas detêm uma parte desproporcional das terras agrícolas e uma renda média três vezes maior do que a da população negra. Essa realidade histórica, marcada pelo apartheid, não pode ser ignorada nesse debate emergente.
À medida que a discussão avança, o que isso significa para o futuro da política migratória nos Estados Unidos? Como você se sente sobre essa nova abordagem? Deixe sua opinião nos comentários. Sua voz é importante nesta conversa sobre o que deve ser um lar para todos.