
Produtores rurais mobilizam protesto e bloqueiam a BR-101 em um ato de revolta contra a escalada da violência no campo, entre os municípios de Itamaraju e Itabela. O bloqueio, realizado no KM 807, paralisou os dois sentidos da rodovia com pneus, madeira e faixas, reunindo centenas de manifestantes ligados ao agronegócio.
A mobilização surgiu após o assassinato brutal de pai e filho, Alberto Carlos dos Santos (60) e Amauri Sena dos Santos (37), ocorrido nesta semana. O crime, atribuído a um grupo indígena que alega retomada de território, chocou a comunidade local. Testemunhas relatam que o filho tentou proteger o pai, mas foi baleado de forma covarde, ampliando a comoção e a sensação de insegurança entre produtores e famílias da região.
A tragédia acendeu um alerta sobre o conflito fundiário e a polêmica do Marco Temporal, que continua a dividir opiniões e alimentar a tensão entre indígenas e agricultores. Para os manifestantes, a ausência de resposta das autoridades fortalece a impunidade e abre espaço para ações criminosas disfarçadas de reivindicações territoriais, o que tem deixado um rastro de medo e prejuízos no campo.
Com a rodovia interditada, apenas veículos de serviços essenciais, como ambulâncias e assistência social, têm passagem liberada. A manifestação, que promete seguir até o fim da manhã, já provoca grande congestionamento e é monitorada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Forças de Segurança Estadual.
Mais do que um protesto, o ato revela um grito de desespero de quem se sente abandonado pelo Estado em meio a um conflito que mistura sangue, terra e política — um retrato de um país que ainda busca equilíbrio entre direitos indígenas e segurança rural.
