Na madrugada de uma terça-feira que promete ser lembrada, a CPMI do INSS tomou uma decisão drástica: o presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, teve sua prisão decretada. O senador Carlos Viana (Podemos-MG) anunciou que a medida era em função de acusações de falso testemunho, citando a soma de evidências que levaram a esse desfecho.
O escândalo envolvendo o INSS começou a ganhar força em dezembro de 2023, quando o Metrópoles trouxe à tona uma série de reportagens. A revelação chocante de como a arrecadação com descontos de mensalidades de aposentados cresceu para R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações eram acusadas de fraudes, deixou o país em polvorosa. Esses relatos não apenas detonaram investigações da Polícia Federal, como também originaram a Operação Sem Desconto, que resultou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Durante o depoimento, o deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA) afirmou que Abraão mentiu ao negar conhecer o tesoureiro da CBPA, Gabriel Negreiros, a quem teria depositado a significativa quantia de R$ 5 milhões. Para reforçar sua argumentação, Duarte apresentou uma foto do batizado do neto de Abraão, onde Negreiros era o padrinho. A situação ficou ainda mais tensa quando Abraão, pressionado, tentou se justificar apresentando um problema auditivo como razão para suas respostas equivocadas, o que não convenceu os integrantes da CPMI.
A repercussão da prisão foi imediata nas redes sociais. O deputado Duarte Jr. fez questão de compartilhar sua satisfação. “Eu avisei! Mais um preso!”, publicou ele na plataforma X, enquanto a deputada Bia Kicis (PL-DF) também se pronunciou sobre o tema, repercutindo a decretação da prisão por parte da CPMI.
Apesar das adversidades, Abraão contava com um habeas corpus concedido pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, que lhe garantiu o direito de não responder a questionamentos que pudessem incriminá-lo. No entanto, essa ferramenta jurídica foi alvo de críticas dentro da própria CPMI, onde o deputado Alfredo Gaspar expressou sua indignação: “O povo quer justiça igualitária!”, exclamou.
As investigações da Controladoria-Geral da União (CGU) revelaram que mesmo com 445 mil filiados e um faturamento de R$ 41,2 milhões em 2024, a instituição sindical de Abraão não possuía um funcionário registrado. Essa contradição se somou às crescentes evidências de irregularidades, deixando o ambiente político ainda mais conturbado.
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