O Oitavo Passageiro é um dos grandes filmes de terror da história. Pelo que o primeiro trailer indica, o diretor Ridley Scott está mirando no mesmo tom sombrio, claustrofóbico e assustador para seu Alien: Covenant, sexto (!) filme da série protagonizada (vá lá) pelos monstrengos espaciais mais famosos do cinema. Ao menos é uma direção radicalmente diferente daquela seguida pelo mesmo Scott em 2012 quando ele dirigiu Prometheus, um suspense confuso com enormes problemas em assumir que era, afinal, um prólogo do filme original. Covenant, no fim das contas, continua a trama de Prometheus, ao menos uma década depois, trazendo Michael Fassbender de volta como o androide David – que, convenhamos, era mesmo o personagem mais interessante do filme.
A série Alien sempre foi, a bem da verdade, uma bagunça de tom e de intenções. A interferência onipresente do estúdio não deixou que David Fincher fizesse de seu Alien3 (1993) algo memorável. Jean-Pierre Jeunet criou com Alien – A Ressurreição (1997) uma aventura esquisita com sabor de filme de terror B. Prometheus foi aquilo que eu comentei no parágrafo acima. E quanto menos a gente lembrar da existência de dois Alien vs. Predador, melhor. Quem se saiu melhor em toda história da série foi James Cameron que, ao escrever e dirigir Aliens, O Resgate (1986), percebeu que ia se dar mal se seguisse os passos de Scott no terror e criou, em vez disso, um filmaço de guerra e ação no espaço.
Com Alien: Covenant, porém, Ridley Scott parece ter acertado o rumo. O filme reúne a equipe da espaçonave que batiza o filme (Katherine Waterston, Billy Crudup, Danny McBride e James Franco entre eles) chegando a um planeta paradisíaco, aparentemente habitado somente pelo androide David – Fassbender faz papel duplo, já que também dá vida a outro ser sintético, Walter. O paraíso, no fim das contas, esconde segredos sombrios, o mais perigoso sendo o alienígena gerado em corpos humanos e com tendências homicidas. Sangue jorra sem economia no trailer, assim como corpos mutilados e incinerados. Só diversão sadia. Ao lado de Blade Runner 2049, que ele produz, Ridley Scott parece pronto para um ótimo ano. E nós também!
Por | Uol