Trabalhadores de diversas categorias se uniram nesta sexta-feira (28) em Itamaraju para protestar contra as reformas trabalhista e previdenciária propostas pelo governo e que estão em trâmite no Congresso Nacional. Puxado por entidades sindicais e organizações não governamentais, o movimento atraiu centenas de pessoas às ruas dentre bancários, professores, rodoviários, estudantes, trabalhadores rurais, índios e servidores das esferas municipal, estadual e federal.
Em marcha iniciada no começo da manhã na Cidade Baixa, os manifestantes percorreram os principais pontos de Itamaraju em direção à BR-101, no sentido Eunápolis. O trecho foi interditado por aproximadamente três horas, em meio à protesto com palavras de ordem direcionadas ao governo federal. Faixas e cartazes denunciaram o “golpe” contra os trabalhadores e pediram a saída do presidente Michel Temer.
No retorno ao centro da cidade, a multidão parou na Praça Castelo Branco, onde houve a concentração final, em frente à estação rodoviária. No local, lideranças sindicais reiteraram o repúdio às “manobras” do governo contra a classe trabalhadora, fazendo ecoar o grito “fora Temer!”.
Queixas
Oriundos de aldeias no entorno do Parque Nacional Monte Pascoal, índios da etnia pataxó realizaram uma encenação no local, entoando cantos advindos de sua cultura, portando faixas em que reivindicavam a demarcação de suas terras e o fim da discriminação contra suas raças.
Ao defender agilidade no processo de reforma agrária, trabalhadores rurais sem-terra denunciaram a “morosidade” e a “negligência” do governo e cobraram assistência pública nos assentamentos no tocante à saúde, educação e transporte. Criticaram também a expansão do plantio de eucalipto no extremo sul baiano, que pode se estender a Itamaraju, aumentando o êxodo rural.
Os bancários condenaram a “ganância” dos patrões, as longas filas nas agências e reivindicaram melhores condições de trabalho e qualidade no atendimento ao público. De acordo com a categoria, “os banqueiros se preocupam em lucrar, mas se esquecem de investir em seus estabelecimentos”.
Com a declamação do Hino de Itamaraju, os manifestantes deram por encerrado o movimento desta sexta contra as reforma da Previdência e das leis trabalhistas, porém afirmaram que “a luta vai continuar até que o governo se sensibilize de que essas propostas irão causar prejuízos aos trabalhadores e a sociedade em geral”.
Por | ASCOM