A ex-jogadora de vôlei Ana Paula Henkel detonou a postura do técnico Tite de ir para o vestiário e deixar os jogadores da Seleção Brasileira sem amparo em campo após a eliminação nas quartas de final da Copa do Mundo diante da Croácia, nessa sexta-feira (9). A multicampeã pelo Brasil nas quadras definiu o treinador como “arrogante e covarde”.
Ana Paula escreveu um longo texto em seu Instagram no qual definiu a atitude de Tite como um gesto “inaceitável”, de “suprema covardia”, “narcisista” e “egoísta”.
“O que Tite, técnico da seleção brasileira de futebol, fez depois da eliminação para a Croácia na Copa Mundo é o degrau mais baixo que um técnico ou dirigente pode cruzar: o abandono de campo com seu batalhão ainda preso na trincheira pelas lágrimas, frustração e tristeza diante da derrota”, escreveu.
“Eu poderia tentar elucidar de maneira mais elegante e não tão direta o que penso sobre o abandono de campo – e de seus jogadores ainda em campo – de Tite, mas não vou dourar pílula alguma: Tite é um covarde e o Brasil, apesar de brilhantes jogadores, perdeu para um técnico arrogante e covarde”, pontuou.
A título de comparação, a ex-campeã do vôlei citou a postura do técnico da Seleção Japonesa, Hajime Moriyasu, quando da eliminação de sua equipe na Copa do Mundo também para a Croácia.
“Tite deveria aprender com o técnico da seleção japonesa, também eliminada pela Croácia nos pênaltis. Após a frustrante e dolorosa eliminação, ele foi até a torcida, agradeceu com o tradicional gesto japonês, voltou ao meio do campo, falou com o grupo que estava unido em um círculo e depois cumprimentou cada um dos jogadores com lágrimas e gratidão nos olhos”, escreveu Henkel.
Na parte final de sua postagem, a ex-atleta do vôlei tentou confortar Neymar e os demais jogadores da Seleção Brasileira. “Valeu, meninos. Valeu, @neymarjr . Vocês lutaram como puderam, mesmo sem um comando digno da entrega de vocês”.
O que disse Tite?
Em sua entrevista coletiva após a eliminação, Tite foi questionado acerca do seu comportamento, mas lembrou que jamais ficou em campo depois de jogos, mesmo após vitórias ou conquistas. A despeito disso, ele declarou que “talvez” tenha tomado a decisão errada.
“Tu me viu comemorar quando vencemos? Não, não fiz. É um pouquinho do estilo, mas talvez eu tivesse tido que fazer isso hoje”, declarou.
Leia, a seguir, o texto completo de Ana Paula Henkel
Não há nada mais comum no esporte do que as derrotas e as dores, lágrimas e lições que elas trazem. Derrotas fazem parte do próprio contexto do êxtase que existe nas glórias.
Para mim, com mais de 20 anos dedicados ao esporte, o que não é aceitável é a suprema covardia de quem abandona seus comandados, de quem, em um rompante narcisista e egoísta, abandona seus soldados em campo depois de uma batalha perdida.
O que Tite, técnico da seleção brasileira de futebol, fez hoje depois da eliminação para a Croácia na Copa Mundo é o degrau mais baixo que um técnico ou dirigente pode cruzar: o abandono de campo com seu batalhão ainda preso na trincheira pelas lágrimas, frustração e tristeza diante da derrota.
Eu poderia tentar elucidar de maneira mais elegante e não tão direta o que penso sobre o abandono de campo – e de seus jogadores ainda em campo – de Tite, mas não vou dourar pílula alguma: Tite é um covarde e o Brasil, apesar de brilhantes jogadores, perdeu para um técnico arrogante e covarde.
O esporte, assim como na vida, e por isso profundas lições são aprendidas ali e carregadas por onde você caminha, não premia covardes porque a covardia é repugnante, abjeta e inesquecível. E é exatamente nas derrotas que os covardes mais aparecem.
No esporte, há uma GIGANTESCA diferença entre ser um técnico ou um comandante e ser um LÍDER. Líderes deixam lições e memórias que você carregará para a eternidade.
Lições de companheirismo, lealdade, princípios, ética.
Valeu, meninos. Valeu, @neymarjr . Vocês lutaram como puderam, mesmo sem um comando digno da entrega de vocês.