Na COP-28, o presidente comparou o Congresso Nacional a uma ‘raposa cuidando do galinheiro’, ao fazer um comentário sobre a possível derrubada do veto
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Dep. Coronel Chrisóstomo (PL – RO) exibe placa a favor do Marco Temporal durante votação do tema na Câmara dos Deputados
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) criticou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por sua declaração na qual compara o Congresso Nacional a uma “raposa cuidando do galinheiro”, ao fazer um comentário sobre a possível derrubada do veto presidencial ao Projeto de Lei que cria o Marco Temporal das Terras Indígenas, que prevê que novas demarcações de terras só podem considerar áreas ocupadas até 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. Em um comunicado, a FPA afirma que Lula “criminaliza o Congresso Nacional”. Afirmação do presidente da República foi dada durante um evento com movimentos sociais na COP-28, realizada em Dubai. Lula inclusive pediu para que a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, tente convencer os parlamentares a não derrubarem o veto ao Marco Tempora, aprovado em setembro no Congresso Nacional.
“Ao se alinhar a ditaduras de todo o mundo, Lula sinaliza para a criminalização da produção rural no Brasil, para a fragilização de direitos constitucionais, em busca de perpetuação no poder e de uma democracia fraca, dependente e corrupta, incapaz de debater seriamente um tema que impacta milhares de famílias brasileiras, expulsas de suas casas em razão de lautos atécnicos e ideológicos”, alega o comunicado da AFP. A expectativa é de que o veto ao Marco Temporal seja analisado na próxima sessão conjunta do Congresso Nacional, marcada para esta quinta-feira, 7.
*Com informações da repórter Iasmin Costa