O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) autorizou nesta quinta-feira (12/12) um mandado de reintegração de posse da sede da Igreja Bola de Neve, em meio a uma disputa envolvendo a pastora Denise Seixas, ex-esposa do fundador Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, conhecido como apóstolo Rina. A decisão inclui autorização para “arrombamento, caso necessário”, e prevê acompanhamento da Polícia Militar para garantir o cumprimento da ordem.
Denise foi acusada pelo atual conselho administrativo da igreja de invadir o local em 29 de novembro, alegando autoridade para assumir a presidência. Segundo o conselho, ela teria adotado uma postura agressiva, demitido funcionários e intimidado colaboradores. Em sua defesa, Denise afirma ser a legítima presidente da igreja, conforme alegação de seu advogado, Anderson Albuquerque.
A polêmica ocorre semanas após a morte de Rina, vítima de um acidente de moto em novembro. Durante o velório, um desacordo sobre uma minuta de renúncia não assinada pela pastora gerou confusão, intensificando a disputa pelo controle da instituição.
O conselho da Bola de Neve busca, com a reintegração, reforçar que a presença de Denise na sede é indevida, uma vez que ela havia renunciado ao cargo de vice-presidente em agosto, conforme acordo firmado durante o divórcio. A pastora, entretanto, contesta a formalização do documento.
A disputa pela liderança
O divórcio, assinado meses antes da morte de Rina, previa que Denise deixasse o cargo de vice-presidente, mantendo apenas o título de cofundadora e pastora, com uma remuneração mensal de R$ 10 mil e plano de saúde. No entanto, a defesa da pastora afirma que o acordo não foi levado ao Judiciário e que existiam conversas sobre uma possível reconciliação.
A reintegração de posse, agora em curso, marca mais um capítulo da acirrada disputa pela liderança da Bola de Neve, uma das maiores igrejas neopentecostais do Brasil.
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